Força de vontade e transformação do Homem

“A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável” – Mahatma Gandhi

“Vontade, meu reino por uma vontade” poderia ter escrito Shakespeare, uma vez que sem ela não se perde apenas um reino, mas toda uma vida de recursos e oportunidades, expectativas e provações.

A vontade de vencer na vida, a vontade de comprar determinada mercadoria, a vontade de ser feliz. Estes são apenas alguns tipos de vontade que servem para movimentar a pessoa, de levá-la à ação, tal como a motivação. Aliás, vontade e motivação estão intimamente atreladas. É difícil traçar fronteira entre elas e de saber qual delas influencia mais a outra. Mas uma coisa é certa a vontade inabalável é fonte de energia até para a motivação que costuma ser efêmera e passageira.

Por exemplo, muitas pessoas desejam ser ricas e famosas, mas quantas têm motivação suficiente e duradoura para trabalhar e se dedicar para isso? Por outro lado, parece ser difícil ter motivação sem vontade. E o que fazer quanto se tem algo para realizar, mas não a motivação? Até que ponto há motivação para realizar a vontade do outro? Sabemos que “vontade coagida não é vontade”, todavia como realizar a famosa frase “Fiat voluntas tua” (que seja feita a Tua vontade)?

Ora, é preciso que anulemos o nosso ego e orgulho e passemos a encarar a vontade superior como sendo a nossa. Não que sejamos perfeitos, mas que entremos em sintonia com as forças superiores para a realização daquilo que for melhor para nós. Normalmente somos traídos pelo nosso raciocínio e pela nossa capacidade cognitiva e racionalidade limitada, por isso à importância de buscar de tempos em tempos um cantinho para o isolamento meditativo e reflexão. Quem reflete com profundidade e ponderação nas circunstâncias da vida, bem como nos cenários futuros e nas decisões e ações passadas tem melhores condições de perceber que “fazer a vontade Dele” resume em fazer a coisa certa para ser feliz. Assim, soa estranho, mas somos os únicos responsáveis pela nossa infelicidade e caída ocasional, pois o engano e a imprudência são duas qualidades humanas. A vaidade também. Portanto, aprendamos a confiar Nele e a ter a humilde para aceitar que não sabemos tudo. Precisamos ter a consciência de nossa pequenez e de nosso lugar no Universo, mas contar com uma vontade inabalável de aprimorarmos a nós mesmos ao longo do tempo, suprimindo os nossos vícios e ampliando as virtudes do coração, pois como ensinou o mestre Nazareno: “Bem-aventurados os pobre pelo espírito, pois deles é o reino dos Céus” (Mateus 5, 7).

Fonte: Paulo Hayashi Jr. / Doutorando em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

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