“Mas os meus irmãos enganaram-me como riachos temporários, como os riachos que transbordam quando o degelo os torna turvos e a neve que se derrete os faz encher, mas que param de fluir no tempo da seca, e no calor desaparecem dos seus leitos.” (Jó 6.15-17)
Os amigos de Jó começaram muito bem, como já vimos. Sentaram-se no chão com ele e ficaram em silêncio. Assumiram um lugar ao lado, se compadeceram, tomaram parte. Mas não conseguiram fazer isso por muito tempo. Logo mudaram de atitude, o que é muito característico. Temos combustível para pouco tempo em alguns casos. Podemos ser teimosos por muito tempo, mas tendemos a não conseguir ser misericordiosos por muito tempo. A razão está na fonte de nossos recursos. Se for temporária, também nossos recursos serão. Precisamos de uma fonte perene, eterna, inesgotável para sermos bons e fazermos o bem.
A figura que Jó usa é muito boa! Com o degelo o riacho que dele se alimenta fica largo e caudaloso. Mas isso é temporário. Toda aquela água é uma exceção. Durante o verão, quando mais seria necessária, ela falta e o riacho não pode contribuir com a vida. Se queremos servir uns aos outros da melhor forma, se queremos ser instrumentos de bênçãos para nossa família, Deus precisa estar em primeiro lugar em nossa vida. Não pense que o melhor que pode fazer por você e para os que ama esteja ligado a coisas, a bens, a dinheiro. Tudo isso é uma fonte incerta. Não serve, quando mais precisamos. Precisamos aprender isso e ensinar isso aos nossos filhos.
Lembro-me neste instante quando os discípulos foram a Jesus e lhe disseram: “mande essas pessoas embora porque estão famintas e nós também precisamos comer”. Jesus respondeu: “deem vocês a eles o que comer!” Mas eles nada tinham e Jesus sabia que não tinham! (Mt 14) Todavia, descobririam que a presença de Jesus faria toda diferença. Não temos tudo, não estamos prontos para tudo, não podemos tudo! Mas devemos contar uns com os outros e a presença de Cristo entre nós fará toda diferença!