“É melhor ouvir a repreensão de um sábio do que a canção dos tolos.” (Eclesiastes 7.5)
Temos dificuldades com este conceito – o melhor. Nosso estilo de vida autocentrado, egoísta, que não nos ajuda a avaliar, que nos fixa no instante e que nos faz acreditar que a vida é aquele instante, tudo isso nos torna incapazes de considerar o que é melhor. Somos escravizados pelo que gostamos, pelo que nos dá prazer. Podem existir muitas coisas melhores, mas ficamos com o que gostamos. Salomão nos provoca a considerar o assunto.
Ele compara repreensão com canção. A canção significa algo prazeroso, algo que desfruto, que me dá prazer. A repreensão representa algo que sofro, que suporto, em que não encontro prazer. Mas se a canção é de tolos e a repreensão é de um sábio, a repreensão é melhor. É melhor porque o seu resultado será melhor, promoverá vida em mim, me tornará alguém de quem não me arrependerei. E a canção perde para a repreensão justamente porque produzirá um resultado oposto. A leveza inicial terminará em algo pesado. Somente quem vive no temor do Senhor será capaz de escolher o melhor, quando lhe parece pior. E assim escapar do pior, fantasiado de melhor.
As Escrituras estão cheias de repreensões do sábio. Temos nelas orientações sobre como lidar com inimigos, dinheiro, dores, prazeres, em como viver, enfim. Em diversos momentos elas competirão com a canção dos tolos em nosso dia. O pior nos parecerá melhor e o melhor, pior. Se buscarmos a Deus, Ele nos fará discernir o que de fato é melhor. Mas ainda assim teremos que enfrentar o desejo iludido de nossa natureza humana. Precisamos escolher contra nossa inclinação que é cega. Nesta encruzilhada, lembre-se desse conceito. A repreensão do sábio é melhor. E somente quem a escolhe quando necessário chegará a conhecer algo mais e melhor: a canção dos sábios.