A concessão de novos financiamentos imobiliários no Brasil apresentou uma queda de 4,4% em setembro, marcando uma mudança significativa na trajetória de alta que predominou ao longo do ano. Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (30), foram liberados R$ 20,7 bilhões para a compra e construção de imóveis no mês passado.
O recuo na tendência ocorre em um contexto de escassez de recursos para o financiamento imobiliário, impactado pelo elevado volume de saques da caderneta de poupança, pelos juros em dois dígitos e pela crescente demanda por imóveis. Apesar da queda mensal, o acumulado do ano ainda apresenta um desempenho positivo, com um aumento de 27,3% no volume de crédito concedido em comparação ao mesmo período de 2023.
A Caixa Econômica Federal, que responde por aproximadamente 68% do mercado de crédito imobiliário, enfrenta dificuldades operacionais. Segundo a Folha de São Paulo o banco tem deixado clientes aguardando a assinatura de contratos de empréstimos, mesmo após os processos de concessão já estarem avançados.
Para lidar com a alta demanda, a Caixa anunciou novas regras para empréstimos destinados à compra de imóveis de até R$ 1,5 milhão, o que poderá encarecer o financiamento. A partir de novembro, a cota máxima de financiamento será reduzida de 80% para 70% na amortização pela tabela SAC (Sistema de Amortização Constante), que implica em parcelas maiores no início do contrato e menores ao longo do tempo, devido à diminuição progressiva dos juros.
Fonte: Bahia.ba