A primeira vez que vi um enterro, vi os rostos, a tristeza, a palidez. Vi apertos de mão, pessoas darem os braços, cabeças baixas.
No cemitério percebemos que não podemos mudar o destino dos mortos e são as palavras que eles não disseram que fazem pesarem tanto nos caixões. Todo túmulo, para mim, é uma lixeira. São os restos que enterramos aqui, as almas estão em outro lugar. Certos túmulos estão cobertos de flores, a maioria secas, muitas quase totalmente decompostas, tem gente que não gosta dos vestígios da morte. Não que, é claro, alguém pudesse se sentir realmente bem num ambiente fúnebre.
Sou o Engenheiro de Segurança do cemitério Jardim da Saudade há quase vinte anos, no bairro de Brotas, região central da cidade. Dispõe de oito capelas para velório, aluguel de jazigo individual ou compartilhado.
Além de sepultamentos, ali também são realizadas cremações, com capela individual para velório, como foi o caso da geógrafa Consuelo Pondé de Sena, em 2015; dos ex-governadores de Sergipe, Marcelo Déda, em 2013, e Waldir Pires, da Bahia, em 2018; ou do médico Elsimar Coutinho.
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