Muitos pais vivem uma ruptura: ver os filhos partirem em busca de mais conhecimento e amadurecimento, já que precisam abandonar o ninho para um voo solo a fim de descobrirem uma nova direção e um ponto de vista que os surpreenda. Acredito que quando crescem o mais importante não é o amor que sentem pelos pais, tem que inverter a chave, o mais importante é o amor pela vida.
É bom que o filho ame o movimento da vida. O que vejo é que nossa vida está mudando. A família até então estruturada se decompõe para que cada um de seus membros forme outros núcleos, novas rotinas. É da vida e deste novo tempo este chamado. No passado tudo era mais rígido, pois as opções eram poucas, e sei que minha história vai passar veloz por meus filhos, assim como a deles passará veloz por seus dependentes. Mas, a vida de todos nós é tão delicada quanto um dente-de-leão. Uma sopradinha de qualquer direção e se faz em pedacinhos, então o que acho importante é que eles tenham coragem para encontrar seus caminhos.
Eu pertenço a uma geração que passou pelo escuro do regime militar, ser criado neste período tolheu muitos sonhos, já que nossos pais viviam cercados pela censura, a vida era marcada por uma série de crises, comecei a escola primaria com a cartilha dos militares, a vida era muito fechada para a juventude, só duas faculdades, viajem era um sonho difícil de realizar, até que a abertura com a nova constituição começou a aumentar os horizonte.
Hoje, quando os filhos saem de casa, a gente tem saudade. Por mais que dê um aperto no peito, o sentimento que realmente impera na hora da separação é orgulho. Criamos um filho que tem determinação, autonomia e equilíbrio emocional.