“Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel.” (Romanos 9.6)
Nem todos os descendentes de Israel são Israel. O que Paulo está dizendo? Ele está usando o vocábulo “Israel” para referir-se a “filhos de Deus”. Na história do Antigo Testamento Israel é o povo de Deus, Sua propriedade, Seus filhos. Embora em diversos momentos Deus fale de outros filhos entre outras nações, especialmente por meio dos profetas, a nação israelita cumpre o papel de ser figura da relação amorosa e paternal de Deus com o ser humano. Mas Paulo está dizendo que, ser parte da nação, não torna israelitas filhos de Deus.
Paulo está seguindo o que Jesus mesmo ensinou (Mt 3.7-9). Ser filho de Deus é concedido aos que creem e não aos que nascem judeus, aderem ao judaísmo ou aos rituais da espiritualidade judaica. Não somos filhos de Deus na medida em que nos enquadramos em certas regras ou seguimos certos rituais. No passado uma placa em muitos cartórios dizia: “O batismo faz o cristão. A certidão, o cidadão”. Duas mentiras reunidas. Ser cristão e ser cidadão vão além de formalidades. No caso do cristão, é preciso um poder que nos é concedido apenas por meio da fé em Jesus (Jo 1.12-13). É preciso um nascimento espiritual, libertador, vindo de Deus.
A lição que aprendemos disso é que não basta ser um religioso. Não basta ser alguém nascido numa família cristã. Não somos filhos de Deus porque conhecemos a Bíblia e nem porque fazemos parte de uma igreja ou frequentamos um templo ou seguimos regras religiosas. Não somos filhos de Deus porque fomos ensinados a nos comportar de acordo com os preceitos de nossa religião cristã, seja ela qual for. Somente o Filho de Deus nos faz filhos de Deus. É uma experiência de fé, única, profunda, pessoal e transformadora.