Filhos de Deus, filhos da paz

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mateus 5.9)

A proposta do Evangelho é sempre revolucionária e surpreendente. No reino dos homens, a história das conquistas está sempre atrelada à violência. No Reino de Deus, as conquistas são fruto do amor e da não-violência. O Reino de Deus é o reino dos pacificadores. Não se pretende nele destruir os opositores, mas conquistá-los para que sejam transformados. Essa é a pedagogia de Deus. Esta é a estratégia do Senhor dos Exércitos, embora a muitos não pareça. A leitura do Antigo Testamento, com tantas batalhas e destruição em nome de Deus, sob as ordens de Jeová, confunde a muitos. Sem entrar no mérito ou descer ao assunto em si, quero lhe informar que há perspectivas teológicas que ajudam a perceber essas narrativas de um outro ângulo e que não se tratam de arranjo, mas de olhares mais profundos para os relatos bíblicos.

A chave e aspecto inegociável para a compreensão do texto bíblico é Jesus. Ele é a mais perfeita e completa revelação de Deus (Hb 1.1-4) e é o príncipe da paz. Ele é o construtor da paz entre povos, entre pessoas e de cada pessoa consigo mesma. Assim se expressou Paulo a respeito de Jesus: “Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade.” (Ef 2.14-16). A este mundo violento e apaixonado pela força, pelo poder, que escolhe subjugar como forma de vencer, Jesus trouxe o Reino de Deus que nos convida a amar o inimigo, perdoar a quem nos ofende, orar pelos que falam mal de nós. Os filhos deste Reino devem ser inegociavelmente, filhos da paz e, por conseguinte, pacificadores.

Por isso Jesus disse que os pacificadores serão chamados filhos de Deus. São plantas que produzem paz como fruto. São instrumentos de paz para almas e corações, anunciando-lhes perdão, amor e reconciliação. São instrumentos de paz para relacionamentos incentivando o amor, a compreensão, a bondade e a misericórdia. São instrumentos de paz para a sociedade lutando pela verdade, pela justiça e pelo direito de cada e todo ser humano, sem exceção. Sim, porque construir a paz as vezes exige luta, mas nunca violência. Que nosso suor e energia sejam gastos pela paz. Que busquemos viver em paz com Deus e com o nosso próximo. Que haja paz na terra a começar em você e em mim. Na minha e na sua alma. Na minha e na sua casa. E, por onde andarmos, que deixemos frutos de paz, em nome do Príncipe da Paz. Bem aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.

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