O prazo abrange todos os pedidos relacionados ao benefício, como renovação, suspensão, transferência, dilatação e também encerramento
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) divulgou, ontem, um novo prazo para os alunos beneficiados com recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que terão até o dia 31 de agosto para realizar aditamentos nos contratos do financiamento. O prazo foi publicado no Diário Oficial da União de ontem e abrange todos os pedidos relacionados ao benefício, como renovação, suspensão, transferência, dilatação e também encerramento.
Boa notícia para a estudante de Medicina Thais Batista, que ainda não havia feito a renovação do seu contrato. Para ela, o Fies foi a solução para conseguir se manter na faculdade e investir em seu aprimoramento durante a graduação. “A manutenção é ainda mais cara que o próprio curso. A gente sempre quer também se aprimorar com a participação em congressos e simpósios. O dinheiro que eu usaria para pagar a mensalidade eu acabo investindo nisso”.
A LONGO PRAZO
Segundo dados do FNDE, em 2010, 76 mil estudantes aderiram ao financiamento pelo programa no país. Até o início de julho deste ano, o valor registrado é quase 23 vezes maior do que quatro anos atrás: os números chegam a quase 1,7 milhão de inscritos.
Thais está no segundo ano da faculdade. Quando se matriculou, a mensalidade era R$2.790. Em um ano o aumento foi de R$ 200. “É um curso que sofre reajustes altíssimos ao longo do semestre. Este também foi outro motivo que me fez jogar este pagamento para mais adiante”.
Dívida que ela pretende amortizar logo que possível. “Assim que eu tiver uma fonte de renda, antes mesmo de me formar, pretendo começar a juntar o dinheiro para pagá-la”.
PÓS-FIES
A fisioterapeuta Clarissa Aragão se formou em 2004 e acabou de pagar o financiamento em abril do ano passado: “Foi um alívio”, confessa ela, que financiou 50% do curso. “Na época em que fiz a graduação, o curso que queria só estava era oferecido por faculdades particulares. Como não tinha como pagar o valor da mensalidade e também já estava pensando no futuro, optei por financiar a metade, porque sabia que não ficaria tão pesado no meu orçamento após eu me formar”.
Clarissa pagou durante nove anos, após o período de carência, parcelas de R$ 240 mensais. Na época que ingressou na faculdade, cada mensalidade do curso de Fisioterapia custava R$ 630.
“Postergar esse pagamento, para mim, foi válido. É a opção ideal para quem não tem condições de pagar um curso durante a graduação, mas também não quer se privar da oportunidade de ingressar em uma faculdade particular”, acredita a fisioterapeuta, que hoje é sócia de um estúdio de pilates.
Financiamento pode ser solicitado em qualquer período do ano
De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), estima-se que no ensino superior privado, parte de 40% dos alunos matriculados são apoiados por programas de financiamento estudantil como o Fies, que concede o benefício a estudantes regularmente matriculados em cursos superiores presenciais da rede particular.
A adesão é simples: o estudante pode solicitar o financiamento em qualquer período do ano, de acordo com a sua necessidade. As inscrições são feitas pelo Sistema Informatizado do Fies (SisFies), por meio do site sisfiesaluno.mec.gov.br.
Dandara Carvalho, universitária, financiou 100% do seu curso de Medicina. A opção pelo Fies foi por conta do valor da mensalidade do curso. “Sou apaixonada por medicina e o mais importante para mim é fazer o curso que eu escolhi”, justifica. O financiamento é dividido em três fases: utilização, carência e amortização.
Durante as duas primeiras etapas, o estudante paga, a cada três meses, uma taxa no valor máximo de R$ 50 e renova, a cada semestre, o contrato com o aditamento do mesmo. Dezoito meses após a conclusão do curso, encerrado o período de carência, o saldo devedor do estudante será parcelado em até três vezes o período financiado do curso, acrescido de 12 meses. Ou seja, quem financiou um curso com 4 anos de duração, terá um saldo devedor que será dividido em até 13 anos (3 x 4 anos + 12 meses).
Fonte: Priscila Natividade/Correio