Fé e obras

“Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um de acordo com o que tenha feito.” (Mateus 16.27)

Ser cristão é viver coerentemente a relação entre fé e obras. Não é, nem apenas uma e nem apenas a outra. Ser cristão é ser despertado para o poder da fé e a suficiência da graça de Cristo que, sem qualquer merecimento nosso, nos faz filhos de Deus. Ser cristão é não fazer contas para ver se merecemos bênçãos, pois ser abençoado por Deus jamais acontecerá como uma recompensa por serviços prestados ou por méritos, em função do quanto nos saímos bem na vida. Somos abençoados por Deus porque Ele nos ama e decidiu nos fazer bem. Ser cristão é não temer o futuro, não se lamentar do passado e encorajar-se diante do presente, pois Deus está conosco e Ele decidiu ficar do nosso lado. Como bem nos lembra Paulo, “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31). Ser cristão é participar de uma dádiva, que em nada exigiu nosso esforço.

Mas, ser cristão também é responder a essa dádiva, a todo esse amor e bondade, tomando decisões e agindo sob o compromisso de honrar a Deus. É isso que faz com que a fé cristã não seja apenas uma crença, um conjunto de doutrinas ou apenas um compromisso religioso. Pois ser cristão é uma maneira de viver, que determina o tipo de pessoa que estamos nos tornando. Em outras palavras, a evidência de que somos cristão está no quando a fé cristã interfere em nosso modo de vida, na maneira como existimos neste mundo. É por isso que Jesus no texto de Mateus 16 nos fala sobre negar a nós mesmos e avisa que, em Seu retorno, não nos fará perguntas para checar nossas teorias, nossas doutrinas, nossas “verdades”. Seu critério será nossa vida, nossas palavras, nossos atos, nossas escolhas. Pois ser cristão é viver como cristão, o que envolve necessariamente o nosso esforço.

Quem vive como cristão tem uma história cristã de vida para contar. Em sua biografia há material bastante para comprovar a fé em Cristo, pois crer em Cristo é viver segundo Cristo. Há “nãos” dirigidos a si mesmo. Não por causa da igreja, não por medo ou interesses, mas por amor a Cristo e ao próximo. Porque, na fé cristã, se não for por amor, não tem valor (1Co 13.1-3). Uma das provas de que a fé que temos é cristã é o quanto ela nos influencia como seres humanos. O quanto aparece em nossa agenda, prioridades, ações e reações. Não basta chamar a Cristo de “Senhor” (Mt 7.21). A questão não é como estamos nos saindo do templo, mas como estamos nos saindo em casa, que tipo de pessoa somos na sociedade. Por isso, prestemos mais atenção em nossas atitudes. Consideremos nossos relacionamentos e o tipo de pessoa que somos, não a que achamos que somos! Olhemos nosso interior, avaliemos se há coerência ou incoerência entre nossa fé e nossas obras. Ser cristão é crer e agir como cristão.

 

ucs

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