O movimento dos estudantes contra o aumento das tarifas do transporte público e a suspensão do passe livre ganhou corpo. Hoje (18) eles se reuniram novamente, desta vez na Praça da Bíblia, e ganharam o apoio de familiares.
A aposentada de 69 anos Maria dos Santos se juntou a cerca de 120 estudantes para apoiar o movimento. Segundo ela, as despesas mensais com transporte e lanche dos dois neto que moram com ela no bairro Ulisses Guimarães já estão em R$ 400,00 desde que o benefício do passe livre foi cancelado. Os netos de Dona Maria estudam no Colégio Militar e no Colégio Jessé e precisam pagar pelo transporte público todos os dias para ir à escola. “Está difícil, porque deixei de comprar alguns remédios e cortei alguns itens das compras de supermercado”, lamenta dona Maria.
Já o sr. Adilson, de 47 anos, leva os filhos para a escola de bicicleta mas se solidarizou com o protesto porque entende a dificuldade de seus vizinhos e parentes de arcar com as despesas de transporte dos filhos.
O protesto dos estudantes começou no último dia 16 de agosto, quando um grupo de estudantes interrompeu a sessão da Câmara de Vereadores exigindo explicações para o corte do benefício do passe livre há cerca de seis meses e também pelo reajuste das passagens de ônibus, que saiu de R$ 2,80 para R$ 3,10.
“O passe livre é um direito assegurado por lei aos estudantes de Teixeira Freitas desde 2013. Sem este benefício e com o aumento das passagens, o impacto no acesso à educação é muito grande”, relata Emerson Mendes, estudante da UFSB.
A manifestação de hoje começou por volta das 9h30 e foi anunciada nas redes sociais pelos líderes do movimento estudantil. Depois da praça da Bíblia, os manifestantes se dirigiram para a sede da prefeitura para tentar descobrir por que o repasse dos recursos destinados ao passe livre não está chegando até a Secretaria de Assistência Social.
Na próxima semana haverá uma reunião entre os vereadores, a prefeitura e os estudantes para discutir as questões levantadas pelos estudantes.