Extremo Sul: Sebrae capacita grupos de artesãos

O Sebrae está aplicando a associações e cooperativas de artesãos do extremo sul o Programa de Sistematização do Artesanato. O programa abrange toda a Bahia e seu principal objetivo é promover o aumento do nível de maturidade empreendedora e empresarial nos grupos apoiados, de forma que a atividade possa estar integrada dentro de uma lógica de mercado. A ideia é que os grupos e os artesãos tenham a capacidade de gerir suas atividades dentro de níveis mais elevados de profissionalismo e competitividade.

“A sistematização vai dar uniformidade à atuação do Sebrae no artesanato da Bahia. Hoje, no estado, há grupos que estão num estágio muito avançado, e outros nem tanto, e isso causa impacto na comercialização dos produtos”, explicou o gestor de projetos de artesanato no extremo sul, Enivaldo Piloto. Atualmente o Sebrae acompanha sete grupos de artesãos na região: Itaporanga, Trancoso, Arraial d’Ajuda, Coroa Vermelha, Ponto Central, Mucuri e Nova Viçosa. Quinze cidades baianas entraram no projeto.

A aplicação do programa pode levar de dois a três anos, dependendo da fase de maturidade dos grupos trabalhados. Serão realizadas ações (capacitação, tecnologia e mercado) integradas e inter-relacionadas dentro de uma lógica de foco no mercado, adequando os perfis dos artesãos aos processos de condução das ações propostas e condução continuada na associação.

Todas as regionais vão trabalhar o programa simultaneamente e o consultor vai atender uma mesma comunidade durante todas as etapas do programa. Cada etapa será monitorada, operacionalizada e avaliada. “Assim os artesãos aprendem e simultaneamente operacionalizam a ação proposta na etapa com acompanhamento do consultor”, destacou Piloto. Todas etapas serão supervisionadas pela Unidade de Atendimento Coletivo (UAC) do Sebrae.

Foco é melhoria de resultados

O foco do Programa de Sistematização do Artesanato é a melhoria de resultados e a mudança comportamental do artesão, das associações e das cooperativas nas questões relativas a gestão, tecnologia, inovação e mercado, de forma a garantir a sustentabilidade dos grupos trabalhados e a valorização da atividade de artesanato.

A carga horária da consultoria e capacitação varia em cada etapa do programa, que terá como estratégias metodológicas exposições oral, dialogada e interativa, além de reflexão individual e coletiva, leituras e exercícios individuais e em grupo para operacionalização das ações propostas em cada etapa. O próprio espaço físico das associações e cooperativas servirá como ambiente de aprendizagem.

No conteúdo programático estão temas como o desenvolvimento de ferramentas de comunicação e pesquisa; busca de informações de mercado; busca de fornecedores de matéria-prima e banco de dados; design e desenvolvimento de novos produtos; consultoria de precificação; acesso a mercado e comercialização; viabilização da produção e processo produtivo; desenvolvimento de amostras e logística; acompanhamento da produção e envio dos pedidos; além de prospecção de novos canais. Cada etapa tem um tempo limite para ser realizada e, no fim de cada uma, os resultados serão avaliados.

A decisão de dar uniformidade ao artesanato baiano surgiu da necessidade de estar atento às mudanças de um mercado mais competitivo e exigente, de acordo com Piloto. Ele disse que, para o Sebrae, é interessante tornar os grupos de artesãos mais pró-ativos e empreendedores e ampliar o público-alvo a ser atendido.

Saiba mais sobre o programa

– O Programa de Desenvolvimento para Grupos de Artesanato busca o fortalecimento e o crescimento dos artesãos e dos grupos de artesanato e propõe promover maior visibilidade dos produtos da atividade artesanal nos mercados local e nacional.

– Os coordenadores, supervisores, gestores e consultores desempenharão suas funções com dois focos: o de proporcionar conhecimento, informações e subsídios para a gestão da atividade de artesanato nos diversas grupos e provocar a mudança comportamental do artesão.

– O programa pretende capacitar o artesão para a busca de informações de mercado, a análise das informações e o levantamento de bases para a tomada de decisão.

– O artesão será colocado em contato com os canais de comercialização e distribuição, desenvolvendo nele e no grupo a consciência da necessidade dessa prática ser rotineira e importante para se obter aumento nos resultados de vendas.


Fonte: Débora Vicentini

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