Marco Aurélio Mello, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a operação deflagrada pela Polícia Federal em desfavor de empresários bolsonaristas.
Os empresários teriam defendido, em aplicativo de troca de mensagens , um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencesse eleição presidencial.
A ação resultou em buscas nos endereços profissionais e residenciais, além de bloqueio de contas, quebra de sigilo bancário e de mensagem e suspensão de perfis em redes sociais, sob autorização do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista, Marco Aurélio falou em “tempos estranhos” e que “precisamos pisar no freio”.
“Eu não compreendi os atos de constrição. Vinga ainda no país, ainda bem, a liberdade de expressão […]. Você pode não concordar, mas você brigar na veiculação de ideias é muito ruim. […] Tempos estranhos. Precisamos de temperança, compreensão. Precisamos pisar no freio, porque isso não interessa, principalmente aos menos afortunados. Em termos de governança, de preservação de certos valores, o que interessa é a estabilidade. A paixão, em casos de Estado, merece a excomunhão maior. Estão todos apaixonados”, disse.
“Eles disseram uma opinião: ‘Olha, ao invés do ex-presidente é preferível o golpe’. Mas em Direito Penal não se pune a cogitação’. Eu tinha o WhatsApp como algo inalcançável. A insegurança passa a imperar“, comentou.
A entrevista foi dada ao Estadão.