Fundador do Grupo Gay da Bahia, o doutor em Antropologia Luiz Mott, fará palestra de abertura
Com a proposta de aproximar a Academia da sociedade, a Universidade Estadual da Bahia (Uneb) Campus XVIII, promove, de 28 a 30 deste mês, a VI Semana da Consciência Negra, que trará à Eunápolis o mestre em Antropologia Luiz Mott, professor da UFBA e fundador do Grupo Gay da Bahia. Ele fará a palestra de abertura do evento nesta quarta-feira, 28 de novembro, às 19:30 horas, sob o tema “Raízes do Candomblé: no princípio era o Calundu.”
Luiz Roberto de Barros Mott, mais conhecido como Luiz Mott, possui mestrado em Etnologia em Sorbonne e doutorado em Antropologia, pela Unicamp. Atualmente é professor e orientador do programa de pós-graduação em História da UFBA. Desde o final dos anos 70 radicado em Salvador, em 2006 recebeu da Assembleia Legislativa do estado o título de cidadão baiano. Mott é fundador do Grupo Gay da Bahia, uma das principais instituições que laboram em prol dos direitos humanos dos gays no Brasil.
Quinta-feira, a programação segue com oficinas pela manhã e simpósios à tarde, com mesas-redondas discutindo temas “Religiosidades e Maracatus no Recife” (com os professores doutores Ivaldo Marciano e Marinélia Silva, ambos da UNEB) e “Educação das Relações Étnicas”, coordenado pelos professores doutores Marise Santana (UESB) e Edson Ferreira (UEFES). No início da noite haverá lançamento de livro e declamação da poesia “O Navio Negreiros” de Castro Alves, interpretado pela jornalista e acadêmica de História, Rose Marie Galvão.
Sexta-feira, 30, fechando o evento que marca o Dia da Consciência Negra – comemorado no Brasil no dia 20 de novembro – os acadêmicos de História apresentam trabalhos e pesquisas sobre o tema. A tarde haverá exibição de filmes, seguido de debates e mesa redonda: “Trânsitos religiosos da população afrodescendente na Bahia”, coordenado pelas professoras Mestras Alaíze Conceição (SEC/BA) e Lizandra Santana (UEFES). Uma atividade cultural com músicas e danças encerra as comemorações na UNEB, campus de Eunápolis.
PROJETO RESGATE
A comemoração da data foi estabelecida pelo projeto lei n.10.639 (9/01/2003). Em 20 de novembro de 1695 morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares (Alagoas). Este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil.
A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.
Fonte: Rose Marie Galvão