Um advogado amigo disse: “Aprendi a conviver com minha consciência. Uma solução técnica de ordem processual poderia ter sido razão da impunidade de um culpado? Se aceitei a causa, não devo amargurar-me com essas perguntas? O objetivo é defender o cliente, sem abdicar dos valores morais? É este o juramento que fiz ao receber o diploma e ao entrar na OAB” e respondi a ele: “Acho que olhando pelo lado ético não pode ser tão rigoroso consigo, invocando valores morais, sempre em mutação na nossa sociedade, lembre que foi um gênio aquele que descobriu o mais óbvio dos lugares comuns: ‘cada caso é um caso'”.
E ele sozinho na sua sala, começou a celebrar a cerimônia estranha, absurda de sua vitória e, pela lógica das coisas ilógicas, do culpado ter sido inocentado por um artifício jurídico e levado seu cliente a vitória, sim está é a teoria do “script” de cada um de nós, que parte do princípio de que todo indivíduo segue seu próprio roteiro, ou seja, seu “script” , arraigado na infância como um programa inconsciente de vida, e que evolui até se transformar em um padrão de comportamento em todas as relações desse amontoado de ossos, músculos, cartilagens e tecidos que somos percebidos pelo mundo, é com ele que nos movimentamos pela vida.
É esse corpo que nos é dado no nascimento que dita como as pessoas tratam umas às outras, que implica em identidades e, portanto, visões diferentes da realidade e da ética. A Ética não está na palavra de ninguém (nullius in verba). Ou seja, o saber produzido pelo direito é sempre original e não precisa se apoiar na autoridade de ninguém. É fato, o mundo inteiro está ocupado de maneira demasiado diligente consigo mesmo para formar uma opinião séria sobre a ética. O mundo tem a seguinte linguagem “Seja o que quiser, viva como quiser, mas mostre confiança atrevida e nenhuma consciência pesada, e ninguém será moralista o suficiente para menosprezá-lo.” No entanto, experimente perder a harmonia interior, perder a autocomplacencia, você será derrotado.