Eterno retorno do mesmo

Eterno retorno do mesmo

O café já ficou para trás, longe, já estou esquecido de tudo, das palavras e de mim, e a televisão deve está no Bom dia Brasil. Bem, aqui estou eu novamente na avenida, tem muita gente na rua, as pessoas acabaram de tomar o café da manhã, estou em direção à Mata Escura Presídio Lemos de Brito, para uma perícia, esta parte de meu dia não tem rotina, cada manhã um endereço diferente, no trânsito a luta do dever a cumprir é grande para mim que já fiz mais de 18 mil perícias, não posso desviar o pensamento, preciso estar concentrado, se não conseguir é o mesmo que estar de olhos abertos sem poder enxergar.

Na entrada do presídio pessoas truculentas, devido à energia que circula ali, passo com o carro e rodo muito até chegar ao refeitório, onde as pessoas a serem entrevistas, não conhecem o ato pericia, consigo concluir a perícia, ignoro o vazio do estômago matando a fome com a indiferença. Penso todas as pessoas têm sua história, e na Lemos de Brito são quase sempre tristes, histórias de pobrezas e injustiças acumuladas, de violências sofridas, de filhos mortos antes de nascer e de amantes que vão embora.

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