O consumo moderado de álcool pode reduzir o risco de doenças cardíacas, aponta pesquisa realizada por cientistas norte-americanos. Segundo as evidências, o provável benefício acontece graças às reduções duradouras na sinalização de estresse no cérebro causada pela substância.
Para chegar ao resultado no mínimo inesperado, os pesquisadores analisaram uma amostra de 50.000 indivíduos, levando em consideração fatores genéticos, clínicos, de estilo de vida e socioeconômicos.
As respostas obtidas nas entrevistas indicaram uma redução no risco de eventos relacionados a doenças cardiovasculares entre pessoas que consomem álcool de forma leve à moderada (uma bebida por dia para mulheres e entre uma e duas bebidas por dia para homens).
Efeito do álcool no cérebro
Em outra etapa do estudo, os especialistas selecionaram um subgrupo de 754 indivíduos, a fim de investigar o impacto do consumo leve a moderado de álcool na atividade da rede neural associada ao estresse em repouso.
Uma diminuição na atividade estressante na amígdala, região do cérebro relacionada às respostas de estresse, foi identificada nas imagens cerebrais referentes a indivíduos que consumiam álcool de forma leve e moderada.
Essa é a primeira vez que um estudo indica que o consumo moderado de álcool tem um impacto significativo no sistema cardiovascular, graças aos efeitos neurobiológicos duradouros observados. “Quando a amígdala está muito alerta e vigilante, o sistema nervoso simpático é intensificado, o que aumenta a pressão sanguínea e aumenta a frequência cardíaca, além de desencadear a liberação de células inflamatórias. Se o estresse é crônico, o resultado é hipertensão, aumento da inflamação e um risco substancial de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares”, disse o cardiologista Ahmed Tawakol, principal autor do estudo.
Apesar dos indícios encontrados no experimento, Tawakol alerta que o objetivo do estudo não é promover o consumo de álcool e ignorar outros riscos associados à substância. A pesquisa também revelou que qualquer quantidade de álcool aumenta o risco de câncer. Além disso, em quantidades maiores – mais de 14 drinques por semana – o risco de ataque cardíaco aumenta, enquanto a atividade cerebral geral diminui.
Fonte: Catraca Livre.