E a gente muda. Transforma-se. Deixa algumas manias de lado, inventa outras. Encoraja-se e se desanima em iguais proporções. É difícil escolher o melhor caminho, acertar as coordenadas e não fraquejar quando tudo embola. A gente muda. Faz planos. Desfaz planos. Traça metas, desenha atalhos pra ser feliz dois quarteirões depois e ao dobrar a próxima rua percebe as graças que possui.
É engraçado. Queremos o mundo e nem sempre nos damos conta do universo que construímos pra nós entre uma etapa e outra.
A gente muda. Os hábitos se desfazem, o medo não incomoda, o sorriso já não borra de tristeza, a vida se ajeita ainda que faltem peças pra encaixar.
O tempo ajuda, favorece olhar atento e acolhe as preocupações que realmente dependem da gente. Não dá pra parar. É preciso motivar um abraço, enfeitar uma possibilidade e descobrir no acaso um escape de alegria que acalma aflições e sossega o coração.
A gente muda. Não desespera mais como antes, já não esconde o que sente ou o que pensa. Rasga-se e se refaz. Permite-se e não sabota. Resguarda-se dos dedos impiedosos que apontam falhas e enaltecem defeitos e se brinda com o colo que faz das diferenças a soma exata de novas possibilidades.
E a gente muda. Se aceita. Põe-se de castigo. Grita alto e cala de repente. É alto e baixo. Instante e infinito. Estamos em constante evolução.
Pense nisso!
Início Poeta e Escritor Orlando Alves Gomes