“No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.” (João 4.23)
Espiritualidade é um tema que saiu dos círculos religiosos e agora transita livremente nos ambientes acadêmicos e empresariais. E isso é muito bom. Temos muito a aprender sobre espiritualidade. Mesmo pessoas como nós, religiosas, que lidam com ela há tanto tempo. A espiritualidade tem sido explorada e há um anseio por compreende-la. Há muitos ensinos oferecidos, nem todos convergentes. Como sobre tudo mais, há verdades e mentiras sendo ditas. Para nós, cristãos, vem de Jesus e das Escrituras o que é verdade sobre ela, embora possamos, a partir disso, aprender outros aspectos. Nas Escrituras ela é ilustrada pelo coração, de onde procedem todas as saídas da vida (Pv 4.18). Jesus, em certo momento, toma os olhos como imagem dela e diz: “se seus olhos forem maus, todo seu corpo estará em trevas” (Lc 11.34b).
Jesus ensina que a espiritualidade é a verdadeira imagem de quem somos. É nossa essência, vale mais que nossa materialidade. Tanto que, se precisarmos perder na materialidade para ganhar na espiritualidade, compensa (“se sua mão o faz pecar…” Mt 5.30). Podemos manipular nossa materialidade, mas não nossa espiritualidade. Ela não pode ser mascarada, disfarçada, artificialmente melhorada. Ela pode ser adoecida e ferida, bem como curada e restaurada. Pode crescer em saúde e vigor e pode perder ambos. E Jesus nos disse que é com essa nossa verdadeira identidade que o Pai se relaciona. Ele não se impressiona com o que mostramos exteriormente, com nossos discursos e orações bem elaboradas. Ele sabe quem somos e é com quem somos que Ele lida. Ele vê além dos atos. Vê as motivações e as julga. As pessoas que desfrutam comunhão verdadeira com Ele o fazem neste nível de suas vidas. Ele não é dado a superficialidades.
“Quem vê cara não vê coração!”. Esse dito não se aplica ao Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Ele sempre vê o nosso interior e não aceita de nós nada menos que nossa verdadeira identidade. Ele quer nos transformar. Sua premissa é: “quando os olhos forem bons, todo o seu corpo estará cheio de luz” (Lc 11.34a). Nosso verdadeiro problema está em nosso interior, nossa enfermidade mais séria está em nossa espiritualidade. Não temos recursos para, sozinhos, resolver o problema. Precisamos do Pai dos espíritos. Deus nos amou e nos enviou Jesus para que, pela fé nele, sejamos ajudados! Crê em Jesus quem se submete para ser refeito e vir a ser uma nova criação (2Co 5.17). Isto envolve princípios, valores, atitudes e visão da vida. Podemos saber o que nossa espiritualidade é, mas somente Deus, por meio de Cristo Jesus, pode fazer alguma coisa definitivamente boa por ela!