“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” (Gálatas 5.22-23)
Um dos grandes personagens do Antigo Testamento é o profeta Elias. Ele profetizou durante o reinado de um péssimo rei: Acabe. Certa vez Elias enfrentou quatrocentos e cinquenta profetas do deus Baal e quatrocentos profetas da deusa Aserá (1 Rs 18.19). Ele os enfrentou numa prova em que a verdadeira divindade deveria manifestar-se por meio do fogo. E o Senhor Deus de quem Elias era profeta manifestou-se enquanto Baal e Aserá nada fizeram, pois não eram deuses, senão na crença e na cabeça de seus profetas. Foi uma experiência grandiosa. Mas Elias seria surpreendido mais à frente. O Senhor Deus iria manifestar-se mais uma vez a ele, mas não da mesma forma. Agora, por meio de uma voz mansa e suave (1 Rs 19.11-13). Elias achava que era o único, mas Deus lhe diz que havia mais sete mil como ele (1 Rs 19.14-18). Havia, inclusive, um chamado Eliseu, que iria assumir seu posto como profeta.
Elias é um exemplo de como somos limitados e facilmente criamos nossos padrões para enquadrar Deus. Como facilmente elegemos estereótipos – uma imagem limitada de uma pessoa ou grupo de pessoas – e passamos a julgar e medir uns aos outros. Como precisamos do Espírito Santo! É Ele quem nos conduz a quebra de nossos estereótipos e paradigmas mal concebidos. É Ele quem nos abre os olhos para resistirmos a presunção de pensar que somos únicos. Assim como nos faz discernir que nem todos estão no caminho e que nem tudo que se faz está correto. Somente guiados por Ele nos distinguiremos dos profetas dos falsos deuses e ao mesmo tempo seremos ajudados a não estereotipar a espiritualidade cristã à nossa religiosidade. Sem o Espírito Santo nossa fé será um desvio, nossa religião uma idolatria e nosso conhecimento bíblico uma venda para nossos olhos. Jesus disse claramente: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma!” (Jo 15.5)
A presença do Espírito Santo e Sua influência em nossa vida é que nos permite saúde espiritual e maturidade cristã. Ele edifica em nós um caráter que honra a Deus. Com Ele aprendemos a ser fiéis, a honrar nosso compromisso com Deus e com as pessoas e consequentemente com nossa comunidade de fé, a igreja. A infidelidade é amiga íntima de todo pecador. Ser pecador é ser infiel. O Espírito Santo sabe como lidar com infiéis para que seus caminhos sejam mudados. E a transformação em fiéis não traz consigo a arrogância! Há pessoas que se julgam fiéis e sua fidelidade às faz severas, duras, juízas de seus semelhantes. Essa fidelidade não é obra do Espírito Santo e nem é verdadeira. Com o Espírito Santo aprendemos a ser fiéis e ao mesmo tempo, mansos. Afinal, é mansamente que Ele nos conduz à fidelidade. A brandura e a fidelidade andam juntas na vida de quem está sendo aperfeiçoado pelo Espírito de Deus. Somos como Elias, criadores de estereótipos. Mas se nos submetermos, o Espírito Santo nos aperfeiçoará.
ucs