Meu único descanso real, além do sono, é quando leio e escrevo. Posso abstrair de tudo. Acordo às quatro da manhã, quando a maioria das pessoas dorme; até os pássaros continuam dormindo nas árvores. Nestes momentos, percebo o mundo ao meu redor como um pedaço de realidade menos carregado de vida do que tudo o que escrevo e leio. Inspirado nesta nossa passagem pela Terra, na qual somos atravessados por coisas maiores que nós, como uma morte, um divórcio, uma doença progressiva, algo que nos faz lembrar que o único dia que importa é o dia de hoje, tiro os assuntos dos textos, onde coloco palavras aleatórias para pensar: um galho de árvore, os pântanos, uma pedra, uma folha em branco, as panelas de casa, a máquina de café, o carvão e os edifícios novos.
Assim, construo meus textos.