“Assim como me enviaste ao mundo, eu os enviei ao mundo.” (João 17.18)
A vida cristã não é um ponto de chegada. É um ponto de partida. Encontrados por Cristo descortina-se diante de nós perspectivas sobre a vida que não nos seriam possíveis sem Ele. E isso envolve nossa maneira de viver no mundo tanto quanto o sentido de nossa vida aqui. Conhecer o amor de Deus, receber a graça de Jesus e aventurar-se pela fé na companhia e influência do Espírito Santo é uma jornada reveladora e transformadora. E promove ocupações especiais para a vida. Ela envolve estágios de profundidade e maturidade. Um deles diz respeito a compreensão de que fomos enviados ao mundo.
Somos parte deste mundo. Já consideramos em outro momento o significado de “não sermos deste mundo”. Tendo recebido (e estando a receber) uma nova vida por meio de Cristo, nos tornamos luz e sal para o mundo. O testemunho que temos a dar é fruto do amor, da graça e da misericórdia que nos alcançaram. Conhecemos a presença e estamos aprendendo a participar dos propósitos de Deus. Temos recebido o cuidado, o perdão e a direção de Deus. Sem mérito. Totalmente pela graça amorosa. Temos portanto uma ótima notícia a dar aos outros. Eles precisam saber o que estão perdendo!
Alguém disse que ser cristão é ser como um indigente, um mendigo que, morrendo de fome, recebeu de graça o pão da vida. E descobriu que este pão é inesgotável, que tem para todos os famintos! E agora pode ir e dizer aos outros indigentes e mendigos: há pão para vocês também. Quando a fome começa a ser saciada, a vida muda diante de nossos olhos. As preocupações mudam, assim como as ocupações. Mas às vezes parece que, em lugar de nos identificarmos com aqueles que estão onde já estivemos, nos diferenciamos. Agimos como padeiros, como se o pão que mata a fome fosse um produto nosso. E temos o nosso preço. Quem quiser comer precisa merecer, enquadrar-se, atender os requisitos.
Jesus disse que nos enviou como Ele próprio foi enviado. Ele mesmo afirmou que foi enviado em razão de Deus ter amado tanto o mundo! Disse que foi enviado, não para condenar, mas para que o mundo fosse salvo por meio dele (Jo 3.16-17). Ele disse que veio para os doentes, para os perdidos, para os publicanos e as pecadoras de quem se fez amigo. Precisamos entender a natureza de nosso chamado, envio e missão. Precisamos olhar mais atentamente para Jesus. Estamos preocupados demais em lavar as nossas mãos e parecer limpos, quando Jesus, o Filho de Deus veio e sujou as suas. Entregou-as para serem perfuradas por amor. Se entendermos adequadamente a natureza do nosso envio apontaremos menos o dedo e ofereceremos mais as mãos.