“Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará.” (Mateus 6.17-18)
Vaidade espiritual. Ela existe. Trata-se de buscarmos nossa exaltação por meio de atos religiosos. Infelizmente é algo frequente no ambiente religioso, onde, teoricamente, o lugar central deveria ser de Deus, mas que muitas vezes acaba ocupado por pessoas. E então a piedade se torna “fonte de lucro”. Paulo escreveu sobre isso ao líder cristão Timóteo, em uma de suas cartas (1 Tm 6.33-5). No texto ele aponta para o orgulho que levava pessoas a produzir divisões na igreja. Elas queriam ser importantes e estar em evidência e com isso geravam problemas. Jesus nos adverte contra a vaidade espiritual. Ele nos ensina que há coisas que devem ficar somente a nós e Deus. Não são para serem publicadas, mas guardadas e mantidas em sigilo. Não devem ser usadas como símbolos de poder e importância. Devem ser envolvidas em completa humildade.
Não precisamos contar para as pessoas as coisas boas que fazemos em obediência a Cristo. Não precisamos contar nossos “atos de justiça e amor”. Não precisamos contar e nem agir de modo que os outros vejam nossa devoção ou nossa disciplina espiritual e assim nos admire. Oração, jejum, leitura bíblica, ofertas, dízimos não são para alimentar o ego. As pessoas devem ter contato com o fruto dessas cosias! Se agirmos para honrar a Cristo, nossas ações terão o poder de nos moldar, contribuirão para mudanças em nosso caráter. E isso acabará sendo visto, mas a honra e louvor serão de Cristo. Não precisamos ficar exaltando uns aos outros e não devemos esperar reconhecimentos por nossas ações de fé. Como Cristo disse: “Vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer: Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever.” (Lc 17.10)
Essa humildade não é natural em nós. É fruto do Espírito. Veja não se trata de não saber lidar com o elogio e o reconhecimento. É justamente o contrário. É saber lidar com eles. É reconhecer que a força, sabedoria ou energia com que puder ser quem deveríamos e fazer o que nos cabia, nos foi dado por Cristo. Que é Deus quem efetua em nós, tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele. (Fl 2.13) Mas jamais devemos fazer algo para sermos vistos ou, estarmos comprometidos em fazer algo, aproveitar e desejar tirar vantagem disso promovendo o reconhecimento das pessoas. Agir assim seria corromper o nosso coração. Seria vaidade espiritual. Que Deus nos ajude a ter uma atitude como a de Cristo Jesus, que humildemente viveu como servo e foi obediente (Fl 2.5-8). Há coisas que devem ficar somente entre nós e Deus para que glorifiquem e honrem somente a Cristo!
ucs