Enfim, a Universidade Federal do Sul da Bahia

O Extremo Sul Baiano recebeu nos últimos dias a noticia aguardada há, no mínimo, um decênio: o governo federal vai criar a Universidade Federal do Sul da Bahia e já a dimensionou em três campi, a saber, Teixeira de Freitas, Porto Seguro e em Itabuna. A principio, nada por contestar e, sim, contribuir para que o projeto de universidade caminhe o mais rápido possível, afinal a juventude está ansiosa por mais uma oportunidade de curso superior e quanto mais ofertas,com qualidade e gratuita , melhor.

O desenvolvimento do Extremo Sul Baiano é de histórico recente e, para uma compreensão rápida, exemplifiquemos com Teixeira de Freitas que tem apenas 26 anos de organização como cidade, emancipado o município em 09 de maio de 1985, por desmembramento de Alcobaças e Caravelas.

De inicio a exploração da madeira, a criação de gado, as culturas agrícola diversas como mamão, cacau, abobora, melão, cana de açúcar, melancia, mandioca, café, maracujá, florestas etc., que na atualidade representam a sua pujante economia e destacando a região como a maior produtora de mamão do País , do maior rebanho bovino baiano destinado a produção de carne e de leite, exportando seus produtos hortifrutigranjeiros para o Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo ou destinado ao consumo interno regional. Há que considerar-se, ainda, a potencialidade econômica resultante da costa praieira que se inicia do litoral norte espírito-santense à foz do Jequitinhonha, espaço que conjuga atividade pesqueira, turismo e hotelaria.

Hoje, a economia regional destaca-se por seu dinamismo, influenciada pelos vizinhos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, com um comércio crescente e promissor que tende a progredir continuamente pela posição estratégica do Extremo Sul, das rodovias que o cortam e o entrelaçam com os demais destinos baianos ou dos vizinhos estados, além dos modais aéreos existentes ou em reorganização.

A população regional tem crescido em números grandiosos e, de acordo com o IBGE, já supera a casa dos 750.000 habitantes e, destes, aproximadamente 150.000 tem residência fixa na cidade de Teixeira de Freitas, daí ser conhecida como a Princesa do Extremo Sul da Bahia ,pelo vigoroso crescimento econômico e social que tem registrado desde sua implantação nos idos de 1985.

O ensino superior naquela região não tem acompanhado a sua expansão e as ofertas então existentes, seja através do Departamento de Educação da Uneb ou de instituições particulares, estão distantes de atenderem as necessidades/anseios quanti/qualitativos de sua população, principalmente os jovens que, por vezes, têm que se deslocar a outros centros em busca da formação superior desejada, com custos elevados e afastamento dos familiares. Este raciocínio pode ser estendido à sub-região do futuro campus de Porto Seguro, com crescimento econômico em ordem cronológica semelhante à de Teixeira de Freitas, sabidamente voltada para as atividades do turismo, como foco principal de sua economia.

Em Itabuna, pólo da atividade cacaueira, e em conjunto com Ilhéus, ocorre uma economia em expansão – mesmo com as adversidade do efeito da vassoura de bruxa na cultura do cacau – onde a Ceplac com suas ações de pesquisa e extensão contribuiu, ao longo dos anos, desde sua fundação ao final dos anos 50 do século passado, para o desenvolvimento do setor agrícola e do progresso regional, principalmente da região Litoral Sul a que pertence

No eixo Ilhéus/Itabuna encontra-se a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a mais nova das quatro universidades estaduais baianas , criada na década de 90 do século passado, com uma estrutura acadêmica em expansão. Nela existem 33 cursos superiores de graduação (sendo 22 bacharelados e 11 licenciaturas), abrangendo as áreas de ciências humanas, exatas, tecnologias, saúde, etc., 21 cursos de especializações (pós-graduação lato sensu) , 10 cursos de mestrado e 2 de doutorado (todos stricto sensu), contando na atualidade com mais de 8.500 alunos matriculados na graduação e oferecendo, através do seu vestibular, 1.130 vagas, além da presença considerável do ensino privado.

Vêm-se, pois, duas realidades bem distintas ao norte e ao sul do Rio Jequitinhonha, onde centro regionais (Litoral Sul e Extremo Sul) apresentam infra-estruturas diferenciadas nos seus componentes econômicos e sociais que as distinguem e, naturalmente, as caracterizam, a exemplo das demandas e ofertas ocorrentes do ensino superior.

Na sub-região de Teixeira de Freitas há demandas para ofertas do ensino superior em, praticamente, todas as áreas do saber humano, principalmente em saúde (medicina, enfermagem, fonoaudiologia, fisioterapia, enfermagem, etc.); exatas (matemática, física, engenharia civil, engenharia elétrica,engenharia sanitária, engenharia ambiental, florestal), ciências agrarias (agronomia, zootecnia, medicina veterinária etc.); humanas (administração e contábeis); e jurídicas (direito), além de outras como as licenciaturas voltadas para o ensino.

Note-se que são indispensáveis à sua dimensão territorial no contexto Político, Econômico e Social do Estado da Bahia e dos vizinhos estados do Espirito Santo e Minas Gerais, por vizinhança e afinidades econômicas e culturais, e nos anseios principais do seu povo ,quando a perspectiva governamental, com a criação da universidade, é a de integrar as regiões num plano igualitário de desenvolvimento, portanto qualidade e bem-estar das comunidades envolvidas.

O advento, enfim, da Universidade há de se constituir num marco histórico para a Região do Extremo Sul, como instrumento estratégico do seu progresso referenciado pelos diversos cursos superiores que forem concebidos e ajustados às formações profissionais que a comunidade está a requerer. Que se unam a tanto as atividades acadêmicas de extensão e da pesquisa decorrentes ,levando-se o saber científico ao conhecimento da comunidade, além da desejável participação na vida política, econômica e social da sua gente, através dos seus professores, pesquisadores e alunos que , como novos atores participativos, se fixarão na Região..

Espera-se que a Universidade, locus critico do saber, possa propiciar em longo prazo as transformações no contexto social amplo do Extremo Sul da Bahia e circunvizinhança, contribuindo pela ciência e conhecimento para as ações de qualidade de vida, da otimização dos recursos ambientais, dos seus efeitos e resultados na economia regional, na educação, na saúde, nos serviços de um modo geral e, principalmente, na formação cidadã.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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