A suspensão poderá acontecer em fevereiro por conta do risco de contaminação das águas com rejeitos da barragem de Brumadinho
As graves consequências causadas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), no último dia 25 deste mês, não param de aumentar. Um relatório divulgado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), afirma que existe uma possível contaminação das águas do rio São Francisco, na Bahia, pelos rejeitos da barragem do Córrego do Feijão.
O relatório foi divulgado pela CPRM no dia 29 de janeiro e afirma que a pluma de rejeitos está se deslocando em velocidade mais baixa que a velocidade média da água em condições normais e a frente da pluma vem apresentando dispersão ao longo de sua trajetória. De acordo com esses indicadores de velocidade de deslocamento da pluma e de sua dispersão apresentados neste último relatório, estima-se que ela chegue nas águas do São Francisco, na Bahia, no final de fevereiro ou início de março deste ano.
Perigo de contaminação na Embasa
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), informou por meio de nota enviada ao Jornal OSollo, que irá adotar medidas para garantir a qualidade da água distribuída pelos sistemas que captam no São Francisco com base nos prognósticos da CPRM sobre uma possível contaminação das águas do rio no estado.
Ainda segundo a empresa, medidas de contingência irão garantir a qualidade da água que ela distribui pelos sistemas que são captadas neste manancial. “A empresa intensificou o monitoramento da qualidade da água que chega aos seus pontos de captação ao longo do rio São Francisco. As estações de tratamento estão sendo preparadas para que seus equipamentos possam eliminar a possível presença de metais na água e estão recebendo em seu estoque um incremento de produtos químicos para tratar a água do São Francisco no caso de ela vir a apresentar condições anormais de qualidade”, diz a nota enviada ao Jornal OSollo.
Ainda de acordo a Embasa, caso aconteça qualquer alteração na água do rio, gerando riscos à saúde da população e não for possível o tratamento por meios convencionais, as autoridades públicas serão imediatamente comunicadas e a empresa possivelmente irá fazer a “interrupção do abastecimento e a adoção de fontes alternativas, para assegurar a continuidade do fornecimento de água tratada aos municípios afetados em sua área de atuação”, afirma a nota recebida pelo OSollo.
Veja a Nota completa da Embasa clicando aqui.
Os órgãos competentes deveriam reter o rejeito na primeira barragem hidroelétrica, antes de atingir o rio São Francisco.
Deveriam esvaziar ao máximo possível esta primeira barragem antes do rejeito chegar, para contê-lo. É preferível paralisar a produção de energia de uma hidroelétrica que sacrificar outras e mais a fauna e população ribeirinha.