O vídeo de uma gestante, publicado há cerca de dois dias no Instagram, relatando situação vivida na Unidade Municipal Materno Infantil (UMMI) de Teixeira de Freitas já somava quase 10 mil visualizações até sexta-feira, 9 de julho. Sabrina Pires Lopes se apresenta como doula e assistente social e passa pelo nono mês da sua quinta gestação.
A experiência relatada aconteceu no começo da noite de segunda-feira, 05 de julho, quando, ao sentir uma dor muito aguda e reconhecendo que não era um trabalho de parto, decidiu ir à UMMI em busca de ajuda.
Sabrina conta que sua gestação se tornou de alto risco após ter contraído covid-19 e tem enfrentando, desde então, limitações e dores.
Chegando à porta da UMMI, foi para uma cadeira de rodas e deixada no corredor da unidade. “Eu não conseguia sentar direito, nem me consertar, de tanta dor que eu estava sentindo e isso era visível”.
“As pessoas passavam e desviam pela cadeira, mas nenhum profissional sequer perguntava o que eu estava fazendo ali”, conta a gestante no vídeo.
Sabrina passa a relatar a chegada da médica que a atendeu. “Na hora que ela veio para os atendimentos, ela sequer me olhou e eu já gelei de ver que era ela. E não tive nenhuma surpresa. Uma pessoa que me atendeu friamente, quase que ignorando meu discurso, pois eu fiz a negativa de que não era trabalho de parto”.
E continua: “Ela me fez um toque absurdamente grosseiro que me deixou sangrando até hoje. Eu empurrei a mão dela e pedi para ir devagar”.
Por fim, Sabrina disse que foi receitado Dipirona e ela se recusou a tomar ao ir para enfermaria, pois não ficaria sentada com tanta dor, tomando soro, sendo que poderia tomar um comprimido em casa.
“Eu saí de lá sem solução para minha dor”. O alívio das dores veio após a meia-noite e enfim conseguiu dormir.
A gestante cobrou humanização e empatia no atendimento de mulheres em um período de tanta fragilidade.
“Continuo aguardando a chegada do meu filho, mas indignada. Dolorida na alma, dolorida no corpo, sem saber por quanto tempo mais a gente vai ter que viver isso”, finaliza.
A publicação do vídeo ultrapassa 300 comentários de internautas que se identificaram com a experiência e deixaram mensagem de apoio e protesto diante da situação.
OSollo entrou em contato Sabrina, que confirmou o relato do vídeo e nos autorizou a utilizá-lo como suporte para a matéria.
Nossa Redação também buscou com a Comunicação do Município uma declaração da direção da UMMI sobre o relato do vídeo; confira a resposta:
“A direção da UMMI irá passar o caso para o comitê de ética da unidade para que seja analisado, a gestão não irá interferir na análise dos médicos. Administrativamente, já foi providenciada a alocação de servidores competentes para atuar exclusivamente na humanização da UMMI para evitar que qualquer munícipe seja tratado de forma equivocada.”
E ela deixou bem claro o nome da médica, uma tal de Juliana