Hamilton Farias de Lima, professor universitário.
“Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la”, São Tomás de Aquino (1225-1274).
Um novo capítulo da história eleitoral brasileira ocorrerá em outubro próximo. Serão escolhas de milhões de brasileiros voltadas para importantíssimas representações políticas definidas única e exclusivamente pela vontade do povo – via exercício pleno da cidadania. E, como muitos afirmam, até de forma irônica, será uma verdadeira festa…, e que seja, da democracia!
Do ponto de vista da desejável educação política, pelo que se assiste norte, sul, leste e oeste brasileiros, há dissonâncias explicitas nas escolhas que requerem análises específicas, quando se pretende uma representação de valor para o futuro do Brasil, e que todos anseiam democrático e desenvolvido.
Não se discute a liberdade de opção prevista, plenamente, na legislação vigente. Porém, o que se questiona é que muitíssimos dos eleitores deixam a desejar em suas escolhas e os escolhidos, a posteriori, em suas condutas, no exercício das funções delegadas! Há exemplos inúmeros e corriqueiros do afrontamento à dignidade de cargos já exercidos e, em parte, em decorrência das discutíveis escolhas dos representados, os eleitores!
No entanto, o instante é significativo e adequado às reflexões para as futuras definições que signifiquem uma (re) construção brasileira, tarefa de muitos e de todos aqueles imbuídos por políticas educacionais, econômicas e sociais que se traduzam em desenvolvimento pleno e consolidado!
Na atualidade, o Brasil vive situações singulares, com seus desafios. Urge a definição de novas diretrizes governamentais, o que gera expectativas diversas e incompreensões. São tantos os problemas acumulados ao longo do tempo, em face à insânia de administradores conhecidos e reprovados, que se torna fácil entender o porquê dos descréditos em mandatários do setor público em conluio com aqueles dos negócios privados quando o tema é a destinação do País, o nosso amanhã.
Qual país do mundo se desenvolveu sem priorizar a Educação, sem combater os abusos da corrupção ora, infelizmente, corriqueiros entre nós? (Grifo nosso).
Dados do IBGE, de 2020, apontam que a taxa de analfabetismo brasileiro em 2019 era de 6,6% da população o que totaliza 11 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever. Para os amantes de analogias, tal número iguala-se a população de Cuba que possui 11 milhões de habitantes, sendo também superior às populações de Portugal, Bélgica e Suécia, cada um desses países com 10 milhões de habitantes e, também, à população da Suíça com pouco mais de 9 milhões de pessoas.
É consensual que a alfabetização – instrumento básico da Educação –, propicia o desabrochar da inclusão social, habilitando a leitura, escrita e os cálculos matemáticos, alcançando as dimensões sociais, econômicas e políticas do país, ou seja, um poderoso e positivo viés da formação cidadã.
Enfim, é preciso sempre acalentar o sonho para um Brasil diferenciado. É agregar a tanto os valores que a cidadania aponta e considera indispensáveis à convivência e à construção social, superando-se assim as amarras do seu desenvolvimento. Reflita-se, pois, na hora das escolhas!