É preciso humildade para aprender

“Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.” (João 13.35)

Amar nos pede para não ficarmos presos a nós mesmos. Pede para aprendermos a olhar além do próprio umbigo e perceber com mais clareza e com mais frequência o outro. Pede para nos deslocarmos na direção do outro. Amar não estará acontecendo sem que aprendamos a nos colocar no lugar do outro, na expressão comum da língua inglesa, se não nos dispusermos a “calçar os sapatos do outro”. Mas o que mais fazemos é nos ocupar de nós mesmos, quase que exclusivamente. Jesus disse que nossa identidade estaria no amor uns pelos outros, mas a maior parte de nossa fé é praticada na base do amor a nós mesmos. Em lugar de altruísta, nossa fé é egoísta.

Oramos para a vida de uma perspectiva autocentrada. Oramos pelos outros e logo queremos saber se a nossa oração deu resultado. E queremos que o outro saiba que oramos por ele ou ela. Até dizemos a Deus “seja feita a Tua vontade”, mas colocamos toda nossa força de fé na possiblidade de que Ele faça a nossa. E cremos que isso é uma virtude! E aí, quando nos encontramos e nos enfrentamos nas lidas da vida, quando nos relacionamos e nossas perspectivas e opiniões divergem, temos sérias dificuldades e o amor perde. Jesus nos chamou para uma outra estrada, um outro caminho. O caminho do amor, e não do egoísmo. Da humildade, e não do orgulho. Da fragilidade, e não da presunção. De estar com o outro e não de julgar o outro.

Realmente não é fácil aprender a amar. Às vezes nos é necessário desalojar longos anos de práticas falsas sobre o amor. Tanto a Deus quanto às pessoas. E se não amamos verdadeiramente a Deus e às pessoas, isso é, em boa parte, um reflexo de nosso equivoco quanto a nós mesmos. Não amar é o pior mal que nos acomete! Por falta de amor podemos estar negando nossa fé enquanto a praticamos. Na medida em que nos dedicamos a ela, sem amor, a enfraquecemos. Na medida em que tentamos dizer aos outros sobre ela, sem amor, fortalecemos a rejeição que eles têm a ela. Talvez agora seja um bom momento para orar e dizer a Deus: “Senhor, preciso voltar ao amor e aprender a amar. Preciso que me leve de volta! A Ti, que és amor”.

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