“Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos.” (Romanos 12.17)
Já conversamos sobre nossas reações, sobre termos o cuidado de reagirmos de modo que Deus seja honrado. O que temos conversado é sobre o dia-dia de nossa fé. Sobre essa coisa bonita, tanto falada e tão fragilmente vivida: o seguimento a Cristo. Temos chamado tudo isso de “liturgia da vida cristã” em comparação com a liturgia do templo, da qual alguns de nós somos operadores e todos nós temos nossas preferências quanto ao seu estilo. Mas se a liturgia do templo tem o propósito de louvar a Deus, e é esse o nosso pressuposto, então precisamos falar da vida. Pois nosso Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, não habita em templos feitos por mãos humanas e nem é servido por mãos humanas (At 7.48 e 17.25). Não somos nós que ofertamos algo a Ele, mas ao contrário, é Ele quem oferta a nós.
Quando celebramos no templo, aquela liturgia deve servir para nos instruir, nos despertar, nos fortalecer e nos quebrantar para que possamos viver a liturgia cristã. Ela não é um fim em si mesmo e não será jamais a adoração cristã. Ela nos fará bem se questionar quem somos e o modo como orientamos nossa vida. Se questionar nossos relacionamentos e desafiar-nos à santidade do Evangelho, não apenas aquela moralista. É importante dizer isso porque somos especialistas em moralismo e ignorantes em santidade, a verdadeira santidade. A verdadeira é inspirada no amor de Deus, no amor a Deus e às pessoas. E esta é a santidade que honra a Deus. Aquela das regras, do “não faça”, “não toque”, “não coma” é apenas bijuteria religiosa. Enfeita, mas não tem valor verdadeiro. Como ensinou Paulo aos irmãos “Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” (Cl 2.23)
Uma dos testes de nossa santidade acontece quando alguém nos faz mal e nos sentimos feridos e injustiçados. Como lidamos com isso? Nós, que todo dia recebemos poderosas lições de individualismo e egoísmo só experimentaremos santificação se amarmos. Tudo estará perdido se não escolhermos amar e não dependermos do Espírito Santo. Somos fruto da graça. Não haveria lugar para nenhum de nós, não fosse a graça irrevogável, fruto do amor incondicional de Deus. O caminho é estreito, mas é possível, Negar a si mesmo é complicado, mas há encorajamento em Cristo, que não fez a própria vontade, mas a do Pai. Concentre-se hoje em suas reações. Não retribua mal por mal. Esteja atento às suas atitudes. Procure fazer o que é correto aos olhos de todos. Vamos lá, você não está só. Temos uns aos outros e o Senhor está conosco.