Marqueteiro trouxe de volta ao Supremo Tribunal Federal as investigações sobre as gráficas que prestaram serviços à campanha eleitoral de 2014 do PT
O ex-marqueteiro do PT, Duda Mendonça, conhecido por ter sido responsável pela campanha que levou Luís Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002, fechou acordo de delação premiada com Polícia Federal.
Duda Mendonça havia sido citado nos depoimentos de executivos da Odebrecht por ter sido destino de recursos de caixa dois durante a campanha eleitoral, quando prestou serviços à chapa Dilma-Temer.
De acordo com informações divulgadas pela TV Globo, o caso, que estava na Justiça Federal, em Brasília, foi enviado ao Supremo Tribunal Federal devido à delação.
No momento, é aguardada a decisão do ministro Edson Fachin de homologar ou não a delação.
Na última terça-feira (4), o ministro havia legitimado o acordo de delação de outro marqueteiro político com Procuradoria-Geral da República, João Santana. Ele também é citado nos depoimentos da Odebrecht pelo mesmo motivo que Duda. Os dois publicitários trabalharam nas campanhas do PT entre 2002 e 2014.
O caso já havia chego ao STF no primeiro semestre do ano passado. No entanto, foi remetido para a Justiça Federal de Brasília, após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, declarar que não se tratava de pessoas com foro privilegiado. Agora, por envolver autoridades com esse tipo de benefício, o caso volta ao Supremo.
O conteúdo da delação não foi divulgado, e está mantido em sigilo com a Polícia Federal.
Histórico
Duda já havia confessado à CPI dos Correios, em 2005, ter recebido caixa 2 em campanha eleitoral de Lula. Na época, o valor da propina foi de R$ 10,5 milhões.
O marqueteiro chegou a se tornar réu no mensalão, por ter recebido do PT serviços de uma offshore nas Bahamas. Na ocasião ele foi absolvido pelo tribunal, por não apresentar conhecimento dos recursos.
A investigação das gráficas que prestaram serviços à campanha presidencial de 2014 se deram quando o ministro Gilmar Mendes, que é hoje presidente do Tribunal Superior Eleitoral, era o então relator das contas de campanha de Dilma.