Uma das constatações neurocientíficas mais extraordinárias do século passado é que o cérebro processa prazer e sofrimento no mesmo lugar. Ou seja, o prazer e o sofrimento funcionam como dois lados de uma balança.
Todos nós vivenciamos aquele momento de desejar mais um pedaço de chocolate, ou de querer que um bom livro, um bom filme ou videogame durasse para sempre. Esse momento de desejo é a balança do prazer do cérebro inclinada para o lado do sofrimento, da dependência.
É assim que interpretamos a realidade do prazer e do sofrimento. Não devemos acreditar nunca nos reflexos do prazer e do sofrimento pela consciência, devemos preferir a profundidade das águas onde as palavras nadam silenciosas como peixes, o prazer e o sofrimento não têm consciência. Não poderiam ter. Prazer e sofrimento nada sabem sobre rumos; desconhecem portos e destinos. Quem sabe sobre portos e destinos é a consciência, é o subconsciente.