Domingo: sagrado ou profano?

“Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor?” (Isaías 58.5)

Bem-vindo, bem-vinda a mais um domingo. Como será esse dia para você? Sua igreja tem oferecido a oportunidade para que vá ao templo? Tem sido possível para você ir? Ou tem preferido, independente dessa possibilidade, a opção online para o culto de sua igreja? Muitos estamos nos perguntando como será daqui para frente. Há aqueles que não abrem mão do templo, de forma alguma. Mas acredito que passe a haver de agora para frente os que eventualmente até irão ao templo, mas que se manterão na opção online. Como isso afetará nossa comunhão e a vida da igreja? Bem, o tempo dirá.

Mas seria esse o maior problema para uma igreja? De forma alguma. Hoje é domingo, o dia do Senhor, o dia da igreja, e ela tem desafios maiores para enfrentar. E não me refiro a problemas que eventualmente possa estar vivendo. Refiro-me a nossa experiência com Deus. Afinal, é exatamente por causa dela, do tipo de experiência que vivemos com Deus que poderemos ser sal e luz ou negar a fé. Promover comunhão ou divisão. Edificar ou destruir a paz.

Quando isso acontece, de que lado Deus está? Todos pensamos que Deus esteja do nosso lado e julgamos o outro lado. Mas somos todos amados por Deus e Ele há de tratar cada um de nós, segundo a verdade. Uma verdade absoluta e inquestionável que somente Ele vê. E cada um de nós lidará com isso em algum momento, de alguma forma. Que haja misericórdia para todos nós!

Como hoje é domingo e domingo é o dia do Senhor, é o dia da igreja, e neste dia praticamos de forma especial nossa fé, tendo a oportunidade de realizar nossas liturgias, vale a pena refletirmos. O ideal é que este dia nos ajude a crescer na consciência do que nos pede o Evangelho do Reino. Do que significa sermos cristãos e gente que acredita na presença e manifestação de Deus. E devemos ter cuidado, pois há a possibilidade de que nosso domingo não se confirme como um dia de crescimento espiritual e adoração. É disso que o profeta Isaías falou.

Poderíamos parafrasea-lo mais ou menos assim: “Será esse o dia do Senhor, o dia da igreja que tenho em mente para vocês? Que no domingo vocês cantem para mim, façam orações e visitem o seu lugar de cultos e se vistam de forma especial? Não!”. Irmãos e irmãs, Deus quer mais do que isso para o nosso domingo e demais dias da semana.

Ele quer que todo dia o coração quebrantado e o arrependimento estejam presentes em nossa vida. E a continuidade do texto de Isaías, nos versos 6 e 7, nos dizem que Deus espera mais justiça entre nós, menos opressão e menos violência. Mais misericórdia, bondade e cuidado com os necessitados. Pois somente assim nosso culto dominical fará sentido e nosso domingo simbolizará o dia do Senhor, que deve ser todo dia. Como temos aprendido, é na relação com o próximo que confirmamos ou negamos nossa relação com Deus.

Tenhamos cuidado para não fazermos do domingo algo sagrado para nós e profano para Deus. Tenhamos cuidado porque Deus não se deixa levar por palavras, ele ouve o coração. Nenhuma liturgia dominical substituirá a liturgia das nossas relações e o modo como lidamos uns com os outros e com a vida. Pois o maior mandamento de nossa fé não é: me cultuem no domingo. Mas, amem a mim o Senhor Deus, de todo coração sobre tudo e uns aos outros como amam a si mesmos.

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