Dolorosa Pedagogia e Suas Consequências

 

Por Hamilton Farias de Lima, professor universitário.

“Não penses mal dos que procedem mal; penses somente que estão                                                             equivocados”, Sócrates(470-399 a.C)

Quando a Nação é sacudida, acuada e dividida, mercê das ações de um invisível e poderoso inimigo, é recomendável ao brasileiro voltar-se à reflexão – se não por mais, pelo menos por um mínimo de responsabilidade cidadã que a cada um assiste no cenário atual.

A pandemia à conta do COVID-19 instalou no País a mais perversa das epidemias que por aqui já ocorreram e, segundo o Ministério da Saúde, em tudo superior à de 1918, que destruiu lares de milhares de patrícios, por conta da “gripe espanhola”. È bom lembrar que, à época, o Brasil contava com uma população de pouco mais de 30 milhões de habitantes (IBGE, 2011), provocando óbitos da ordem de 35 mil brasileiros e cerca de 50 milhões no mundo como um todo.

O Brasil da atualidade, suas demandas sociais, sua infraestrutura em geral, é muito diferente daquele país eminentemente ruralista à época, pós-implantação republicana, recém-saído do regime monárquico, ainda buscando sua mais apropriada estruturação de sistema político-administrativo, nos primórdios do século XX.

Sua realidade de país em desenvolvimento, com cerca de 210 milhões de habitantes e uma das 10 maiores economias do mundo, requer perspectivas diferenciadas de análises e proposições. Nos dias atuais, presente em todas as Unidades da Federação, e em processo contínuo de disseminação, com quase três centenas de milhares”, leia-se :Nos dias atuais, presente em todas as Unidades da Federação, e em processo contínuo de disseminação, com mais de  três centenas de milhares de óbitos registrados, eis que uma nova virose está a destruir lares, desequilibra a economia com as consequências do desemprego, da produção e do consumo, além de dividir a opinião pública quando medidas saneadoras são indicadas e, lamentavelmente, desrespeitadas.

É o preço vil da ignorância de muitos, ora representada pelo desconhecimento, por não saber, não querer saber ou simplesmente a não aceitar/acatar as recomendações de enfrentamento à epidemia, e isto redunda em custo incalculável. Assim paga-se com a própria vida, a de familiares ou daqueles outros próximos do seu ambiente social, da sua comunidade, além da desestruturação política-econômica-social antevistos no seu ambiente, regionalidade ou no País como um todo.

É um aprendizado visto todos os dias, mercê de uma dolorosa pedagogia, que condena ao sofrimento vários segmentos da sociedade nacional, quando se sabe que ela é muito mais presente naqueles em que ocorre baixo poder econômico, associado à pobreza intelectual da maioria e a fatores outros culturais reinantes, em que a demagogia de alguns procura impor-se à verdade científica, negando ou buscando contrapor-se aos valores universais da ciência e da técnica que se recomenda aos meandros da saúde.

Trazer à reflexão os fenômenos da intolerância consequentes a equívocos inegáveis – e propor políticas dialogadas com todos os entes federativos nacionais – em prol da superação das dificuldades reinantes, quer políticas, econômicas ou sanitárias -, parece-nos “um remédio” de prescrição aceitável, na superação da malfadada pedagogia que se assiste, até porque como afirma São Tomaz de Aquino “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é negá-la”.

E isto a fim de que não se venha, um pouco adiante, a se somarem mais débitos humanos e de outras naturezas à contabilidade hostil do coronavirus, como a pedagogia equivocadamente reinante está a revelar, diuturnamente

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