Doença transmitida por gatos está “descontrolada” no Brasil; confira situação em estados

Doença transmitida por gatos está "descontrolada" no Brasil; confira situação em estados
Doença transmitida por gatos está “descontrolada” no Brasil; confira situação em estados. Foto: Reprodução

A esporotricose, doença infecciosa causada pelo fungo Sporothrix spp, que pode ser encontrado em solos ricos em matéria orgânica, e transmitida, normalmente, por gatos, avançou em diversos estados do Brasil. A doença é considerada uma zoonose, ou seja, é transmitida para humanos.

O infectologista, Flávio Telles, coordenador do Comitê de Micologia da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Paraná, emitiu um alerta sobre o caso. Ele comentou que já há casos na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e no Chile.

No Brasil, a cidade de São Paulo, em comparação com o ano de 2022, registrou um aumento de casos de 40% de 1º de janeiro a 20 de setembro deste ano. Já Paraná, registrou 181 casos em seres humanos e 1.061 em animais, em 2022 e, em 2023, 434 pessoas e 2.453 animais adoeceram.

“Atualmente, no Brasil, 90% é pelo brasiliensis, a transmissão felina. Cachorros e humanos não transmitem; só gatos”, disse Telles. O especialista falou sobre o assunto no 23º Congresso Brasileiro de Infectologia, realizado em Salvador, noa dias 19 a 22 de setembro.

Na nota técnica do Ministério da Saúde, de 2023, o aumento dos casos foi mencionado e a doença foi comentada como “um grave problema de saúde pública”.

Apesar da gravidade da doença, a esporotricose não tem notificação compulsória, logo o Ministério da Saúde não sabe quais estados produzem as estatísticas de casos e mortes e só fornece tratamento a seres humanos. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza o medicamento itraconazol e formulações lipídicas de anfotericina B, segundo o órgão.

Alguns estados, porém, fazem a notificação, segundo Telles. São eles: Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo.

Saiba como está a situação nos estados

A Folha de S.Paulo pediu aos estados citados o levantamento da doença de 1º de janeiro a 20 de setembro de 2022 e 2023. Mas, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraíba notificaram apenas a esporotricose humana.

Bahia

O estado contabilizou 402 casos de esporotricose humana e 930 da felina, em 2022. Já em 2023, 492 da humana e 770 da felina. As cidades baianas têm autonomia para instituir políticas públicas relativas ao controle da esporotricose animal, visto que não há previsão para tratamento animal fornecido pelo Ministério da Saúde.

Minas Gerais

2022: 524 casos
2023: 517 casos

Paraíba

2022: 237 casos
2023: 431 casos

Rio de Janeiro

2022: 1.517 casos
2023: 760 casos

Goiás

Afirmou que não houve casos em 2022 e 2023, pelo menos até 1º de outubro

São Paulo

A Secretaria Estadual da Saúde do estado explicou que não há certeza em relação à quantidade de cidades que registram o número de casos e óbitos da doença. Apesar disso, a pasta afirmou que trabalha para tornar a doença de notificação compulsória em nível estadual.

Há registros, porém, da cidade de São Paulo:
2022: 1.753 casos e 427 mortes
2023: 2.459 casos e 271 mortes

Em humanos, em 2023, foram 405 casos. Já em 2022, 388. Não houveram mortes.

Amazonas, Pernambuco e Rio Grande do Norte não se pronunciaram.

_________
Fonte: BNews

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui