“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações…” (Mateus 28.19a)
Assim começa o conjunto de dois versos que chamamos de “a grande comissão”. Comissão no sentido de comissionar, dar uma função, uma missão. Os discípulos de Jesus deveriam levar outros a serem discípulos, não de si mesmos, mas de Jesus.
Antes eles haviam se mantido dentro dos limites geográficos de Israel, praticamente na Galiléia a maior parte do tempo. Agora todas as nações estavam em foco. Mas, o que significaria essa missão de fato?
Jesus veio buscar e salvar perdidos, veio redimir pecadores. Por isso eles haviam se tornado discípulos. Nenhum deles seria escolhido ou faria parte dos círculos religiosos dos judeus. Eles não atendiam aos requisitos. Mas Jesus os chamou para si. Eles conheceram o amor e a graça de que jamais haviam ouvido falar.
Dois mil anos se passaram e aqui estamos. Somos discípulos de Jesus? Se somos, somos como eles: pecadores amados e graciosamente perdoados. Todo discípulo é assim. O amor e a graça são centrais em nossa vida. Se é o nosso caso, somos parte da grande comissão.
Vão e façam discípulos, disse Jesus. O primeiro cuidado é imitar Jesus, por mais estranho que nos pareça. Essa é a ideia por trás do substantivo “discípulo”: aquele que pisa nas pegadas. Então, seguindo Jesus, devemos andar mais com pecadores do que com religiosos. Precisamos amar e compreender pecadores e ter uma atração quase irresistível por pessoas de reputação questionável. Por mais estranho que pareça, era como Jesus agia.
Quanto aos que pareciam ser inoxidáveis, que julgavam e condenavam os outros por suas fraquezas e falhas, Jesus os chamava de sepulcros caiados. Em diversos momentos Jesus foi intolerante com os intolerantes religiosos e jamais cedeu às suas pressões.
Faremos bem em observar isso, pois precisaremos aprender uma santidade diferente, baseada no amor e não no moralismo. Ficaremos meio confusos com a graça, mas quanto mais dependermos dela, mais fácil será anunciá-la. Sofreremos incompreensão e talvez perseguição. E é bom estarmos preparados, pois talvez as piores não venham do mundo.
Mas, salvo melhor leitura dos Evangelhos, é esse o caminho. A tarefa é nobre e grande, mas ninguém precisa nos desejar sorte, pois temos o Espírito Santo. Temos uma tarefa, mas a obra é dele. A Ele devemos nos submeter perseverantemente. Ele a realizará e nós poderemos participar. Então, vamos lá! Sejamos e façamos discípulos de Jesus!