O horário de verão acabou, e tem muita gente por aí morrendo de sono e jogando o despertador para o lado. Pesquisadores americanos descobriram que essa dificuldade na hora de dormir e acordar pode não ser só preguiça.
Não é de hoje que a cantora Tatiana Gomes troca a noite pelo dia. Para ela, acordar cedo é uma tortura desde a época do colégio. Psicóloga formada, Tatiana atendeu no consultório sempre à tarde e não deu certo.
“É mais forte do que eu, não tinha como. A pessoa podia imaginar: faz sacrifício, mas não tem como trabalhar. É mau humor grande, você não está apto para ouvir ninguém”, conta a psicóloga.
O jeito foi ajustar a vida profissional ao relógio biológico. Tatiana virou cantora e passou a fazer shows de madrugada.
“Hoje é bem melhor. Há cinco anos ingressei na carreira artística, as pessoas com quem eu ando normalmente têm uma vida social mais parecida com a minha, que é voltada para a noite dormi”, diz.
O caso de Tatiana não é tão raro quanto parece. À noite, enquanto muitas pessoas dormem, outras estão em plena atividade, e a ciência pode ter encontrado um culpado pela aversão ao despertador. Para cientistas americanos, isso não tem nada a ver com preguiça, e sim com o código genético de cada um.
Existem vários genes que coordenam o sono, mas o chamado “24”, em referência ao ciclo de 24 horas de um indivíduo, está presente em todas as pessoas. Em algumas, ele é mais ativo. Esse gene atua especificamente nos dizendo a que horas ir deitar; provoca cansaço e avisa ao organismo para estar alerta quando o sol está nascendo e é hora de acordar.
Pesquisadores americanos descobriram que uma alteração do gene 24 pode estar relacionada à dificuldade de despertar.
“Boto o despertador para despertar umas cinco vezes para poder acordar mesmo, porque o sono é muito grande”, diz um homem. “O corpo cansado pede para que eu fique na cama até mais tarde”, comentou uma carioca.
Para o médico Lucas Neves Leme, especialista em sono e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), as pessoas têm horários biológicos diferentes e devem adequar a rotina para viver melhor.
“Isso é uma tendência da pessoa. Claro que, se você quiser, sendo vespertino você consegue acordar cedo, mas vai ser muito mais difícil. Até diria que pode uma pessoa ser preguiçosa, mas existem aqueles que infelizmente não têm uma preguiça nativa. Eles são determinados geneticamente para ter dificuldades no início da manhã”, explicou o médico.
Fonte: Bom Dia Brasil