Diferentes e incompatíveis, mas unidos!

“Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: Quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos.” (1 Coríntios 12.13-14)

Ser parte de uma igreja e aprender a servir dentro dela não é simples. Embora passamos falar disso com romantismo, como se fosse algo agradável e leve, a noticia é que não é essa toda a verdade. E antes que pensemos em algum irmão “difícil”, tenhamos em mente que o problema não é o outro, sou eu e é você. Somos cada um de nós. Mas Deus decidiu nos unir em Cristo e nos dar a presença de Seu Espírito. E isso torna tudo possível. Na linguagem de Paulo, judeus, gregos, escravos e livres são reunidos para viverem como um só corpo. A igreja tem a vocação de ser o mais diverso ajuntamento de pessoas. Jovens, crianças e idosos; Independente de raça, sexo ou perspectiva política; Seja alguém com elevado grau de instrução ou alguém que mal lê o próprio nome; e se não bastassem essas diferenças objetivas, ainda temos os temperamentos diferentes, paradigmas conflitantes e tantas outras coisas. Tudo isso junto nos desafia a fazer o que uma igreja deve fazer: Amar e servir.

É no ato de amar e servir que uma igreja verdadeiramente é Corpo de Cristo e é viva. Somos chamados para ser sal e luz (Mt 5.13-14), para manifestar as grandezas de Deus (1 Pd 2.9-10). Por causa de Deus e de Seu amor, tudo isso é possível. Por causa do que Cristo fez. Com Seu sacrifício derrubou o muro que insiste em nos separar e decretou o fim da inimizade que insiste em nos distanciar. Não apenas em nossa relação com Deus, mas também entre eu e você e entre nós e os demais (Ef 2.13-18). E onde estão esse muro e essa inimizade? Dentro de nós. Nosso ego é parte disso. Não é fácil ver a nós mesmos e perceber quanto somos egoístas e presunçosos. Por isso o salmista pediu a Deus: Sonda-me! (Sl 139.23). Precisamos pedir o mesmo. Precisamos sentir o pesar, a culpa e a tristeza que contribuam com nossa renovação interior e nos faça olhar com aceitação para o nosso irmão.

A fé cristã é pessoal, mas não é individual. Não podemos, cada um de nós, pegar a sua porção da graça de Deus e ir viver sozinho. O Evangelho de Jesus não pode ser vivido isoladamente, pois ele me envia a você para servir e amar e lhe envia a mim. Ele me faz parte de uma comunidade, membro de um corpo. Não há uma opção a isso e minha renúncia a ser parte disso empobrece espiritualmente a mim e a muitos que poderiam ser enriquecidos pela minha vida e a minha fé. Precisamos aprender melhor a viver como uma igreja – ajuntamento de pessoas, comunidade. Nos institucionalizamos demais. Instalamos nossos egos em nossa vida de fé e ele tem mais voz que deveria ter. Muitas vezes valorizamos o que vale menos em detrimento do que vale mais. Precisamos aprender muito e precisamos que Deus nos ajude. Mas é como corpo, como comunidade cristã, juntos que isso acontecerá. Sejamos humildes para que sejamos igreja – uma comunidade de amor e serviço.

ucs

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