Diálogo(s), Ferramenta(s) do Entendimento

Hamilton Farias de Lima, professor universitário.

“Dialogar é dizer o que pensamos e suportar o que os outros pensam”, Carlos                                      Drummond de Andrade (1902-1987).

É possível que nenhum poder tenha maior efetividade do que aquele representado pelas palavras; elas poderão  ser convincentes, esclarecedoras, formadoras, determinantes, inclusive pertinentes ou não, quando expostas, discutidas em temáticas apropriadas,  e se destinem a quem está receptível e, claro, a atentamente ouvi-las.

Nesse diapasão, elas possuem substâncias próprias, significâncias, e passam a ser a matéria prima do diálogo, considerando-se o interesse das partes envolvidas.

Exemplarmente, a sala de aulas constitui-se formidável espaço para o(s) diálogo(s), na medida em que o docente sinta-se convencido de que é possível apresentar e discorrer sobre temas e, a cada observação do(s) aprendente(s), dispor-se a ouvir os questionamentos, mesmo aqueles até estranhos aos conteúdos até então expostos. É como se diz na linguagem coloquial, “faz parte”!

Numa perspectiva outra, cingida às lides e expectativas do desenvolvimento nacional, dentre outras instituições, as Casas Legislativas em quaisquer dos seus níveis (Federal, Estaduais e Municipais), por obvio, além da pertinência, são as responsáveis diretas pela cultura do diálogo a partir das exposições de ideias, propostas e projetos, seguidos dos debates, dos prós e contras, enfim,do acatamento democrático ou não, sempre e, desejavelmente, no viés do interesse público.

Como, então, o dialogo, uma palavra tão simples e de sonoridade mais que agradável, pouco ou quase nada tem ressoado nos ambientes dos poderes, vez que, de forma lamentável e cotidiana, está a ser substituído por outras formas agressivas de comunicação e debates que se originam e se assentam, muito mais, em recônditas, suspeitas e inconfessáveis motivações a negar o respeito à coisa pública e afrontar a ordem estabelecida?

A pobreza cultural brasileira, em termos de educação política, é tanta – infelizmente, da mais alta Casa às demais -, que faz ressurgir, como tempestade em alto mar, pesadelos constantes a povoar os sonhos dos honestos cidadãos que desejam mais entendimentos do que confrontos à ética e à moral, bem como assaltos à dignidade nacional. Os brasileiros já afirmaram, reclamaram e, até, vociferaram nas praças, ruas e em todos os lugares, que desejam paz, educação, trabalho, segurança e qualidade de vida!

Até porque o ludibrio a que foram ou se encontram submetidos já ultrapassou a medida de todas as medidas, e o horizonte não se descortina de forma a se superar o engodo, a trapaça, a chacota, a tapeação e a mentira, tudo isto associado às diversas e vis estratégias de desvio de recursos e questões outras em causa própria.

É, assim, com o emprego da oratória e retórica demagógicas, estão a iludir os incautos e a negar o diálogo construtivo, que sepultam o entendimento, via discurso pleno de farisaísmo, em que o primado da razão é alijado por interesses os mais escusos, como se tem assistido nas variadas mídias nacionais divulgadas a todo tempo.

Reflita-se, pois, sobre o exposto e cultive-se o diálogo!

 

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