“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.” (Salmos 19.1)
Que inspiração do salmista!!! Lembrar-se, perceber, que a natureza diante de si era uma fonte de revelação de Deus. Ele viu nos céus a glória de Deus. Entendendo tão pouco sobre a imensidão e as forças do Universo, que gira em impressionante harmonia, numa contraposição de forças gerando equilíbrio, com as suas incontáveis estrelas nascendo e morrendo, os buracos negros, gases, cometas… mesmo sem nenhuma dessas informações, o salmista se maravilha e vê na natureza o Criador. Reconhece tudo como obra das mãos de Deus. Gosto de me lembrar desse salmo e de me conectar com o mundo criado como um lugar de inspiração para adorar e fortalecer minha fé. O Universo lembra Deus! Não devemos nos esquecer disso!
E o ser humano? Também deve nos lembrar Deus, apesar do pecado. Fomos feitos à imagem de Deus. Em nós há mais do que a criatividade de Deus. Ele nos fez semelhantes a si. Se os céus proclamam a glória de Deus, como poderíamos não evocar lembranças sobre Ele? Nós temos a criatividade, a arte, a arquitetura, temos nossa literatura, nossa poesia… a incrível capacidade que temos de “dar vida às coisas”, combinando as cores, replicando as formas, criando uma história… impressionam-me os ventríloquos! Um boneco “vira gente” com eles! Com temperamento e voz próprias! Deus escapole o templo todo por entre os dedos de tudo que fazemos. Apesar de nós, seres humanos, de tantas formas protagonizarmos um antítese a Deus, ainda assim, de tantas outras formas somos fonte da revelação, da manifestação de Deus.
Há muita gente que age de forma desprezível. Mas há muita gente criando com objetos, palavras e sons coisas que devem nos inspirar a perceber o Criador, assim como os céus proclamam a glória de Deus. Temos, como o salmista, olhos para perceber a inegável manifestação que a criação faz do Criador, inclusive nós, seres humanos? Leia mais poesia! Contemple mais as artes, a arquitetura, as formas, as combinações de cores, as combinações de palavras, as músicas.. uma criança crescendo… a paisagem… Não seja como Narciso, enfeitiçado e condenado a só ver a si mesmo. Tenha olhos para ver o Criador, para ver a fome por Ele, o anseio da alma humana por Aquele que lhe deu vida. Aprenda a ver a beleza do que Deus fez. Procure por sinais de Deus. Eles estão lá. Há muitos! Aprenda a dar à sua fé e à sua espiritualidade a amplitude de quem sabe que, de tudo que existe, nada consegue escapar de comunicar a existência de Deus, o Criador, de ansiar por Ele! Esses são olhos de um coração que adora.