“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade.” (Efésios 4.22-24)
Na linguagem do Paulo há um “velho ser” em nós que, como uma roupa inadequada, precisa ser despido de nós. São hábitos e inclinações alimentadas pela ausência de Deus e não pela presença. Esse “velho ser” costuma fazer repetidamente o que sabe que não deve. Suas fraquezas são seus desejos, desejos enganosos. Desejos que parecem irresistíveis, necessários e, algumas vezes, até mesmo justificáveis. Desejos conhecidos e íntimos, tanto quanto impróprios.
“Vocês já foram ensinados a despir-se do velho homem” afirma Paulo. Há duas questões aqui: saber que devemos nos despir do velho ser e saber como nos despirmos do velho ser. É mais fácil saber o dever do que fazer o dever. Se sabemos diferenciar o que é certo do que é errado, ótimo. Mas isso não define nada sobre nosso caráter. O caráter se define por escolher o certo e rejeitar o errado. Se nos acostumamos a fazer o errado, se explicamos e justificamos, como é difícil mudar! Mas é preciso e é isso que Deus quer que aconteça.
“Santidade não é dada a nós, mas é construída por nós” afirmou o rabino Abraham Raschel. Ele está destacando nosso papel nessa mudança que Deus deseja realizar em nosso vida. Se não escolhermos mudar jamais mudaremos. Não podemos mudar sozinhos, mas é nossa e somente nossa a escolha de mudar. Quando, de fato, fazemos essa escolha? Quando diante da próxima tentação, quando diante do próximo encantamento pelos desejos enganosos do pecado, dissermos “não”. Despir-se é perder, mas é o primeiro passo para ganhar.