“Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem.” (Marcos 7.15)
As religiões judaicas, especialmente os fariseus, haviam estabelecido um conjunto de regras e ritos que, juntamente com sua interpretação do Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia), regulamentavam sua espiritualidade. Entre os normativos estava a lavagem ritual das mãos. Ela deveria ser praticada antes de alimentarem-se, do contrário estariam impuros diante de Deus. É diante dessa perspectiva que Jesus faz a afirmação que lemos no texto de hoje. Em lugar de preocuparem-se com suas mãos, os fariseus são repreendidos para que preocupem-se com o que há em seus corações. E mais, com o que eles transformavam em palavras e ações.
A boca fala do que está cheio o coração, também afirmou Jesus (Mt 12.34). Logo, podemos avaliar nosso interior pelo que andamos falando. Faremos bem em refletir sobre nossos diálogos habituais, pois Jesus está dizendo que podemos nos tornar contaminado pelo que falamos. Isso é importante e merece nossa atenção. Se tivermos um bom amigo ou pudermos contar com nosso cônjuge para nos ajudar a avaliar o que andamos falando, será muito bom. Este é um caminho prático e eficiente se queremos cuidar melhor do nosso mundo interior.
Começar a avaliar nossas falas e posturas nos ajudará a refletir sobre nossos pensamentos, valores e perspectivas, sobre o modo como lidamos com a vida e nossas atitudes para com as pessoas. Um coração puro e saudável, cheio de compaixão e sinceridade é o ambiente indispensável para a verdadeira alegria e paz. Tantas vezes nos ocupamos com tantas coisas que desejamos conquistar para nos sentirmos mais realizados e felizes, quando o que nos falta é uma boa faxina interior. Como cristãos somos convidados a mudanças em nosso modo de pensar (Rm 12.1-2). Um dos ministérios do Espírito Santo de Deus é nos sondar e nos convencer de nossos maus caminhos. Que Ele hoje nos ajude a fazer melhorias. De dentro para fora.