Da casa do Pai à pocilga

“Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Por isso foi empregar-se com um dos cidadãos daquela região, que o mandou para o seu campo a fim de cuidar de porcos. Ele desejava encher o estômago com as vagens de alfarrobeira que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada.” (Lucas 15.14-16)

A vida não acontece em grandes saltos. Exceto em situações críticas e situações críticas são enfrentadas de maneira particular. Nosso grande problema é o cotidiano. São nossos hábitos, a forma como estamos lidando com os diversos aspectos de nossa existência. O filho mais novo da parábola de Jesus partiu e gastou tudo que levou consigo. Toda sua parte da herança dada por seu pai. Quanto tempo levou esse processo de desperdício? Será que ele não percebeu que um dia ficaria na miséria? Às vezes vamos longe, muito longe, e nem percebemos. Isso porque vamos longe nos distanciando um passo de cada vez. É assim que nos escravizamos a vícios e destruímos relacionamentos. Aquele rapaz foi da cada de seu pai à pocilga de um desconhecido e só percebeu quando estava invejando porcos!

Quando não estamos vivendo da maneira adequada, saudável, ficamos completamente vulneráveis às mudanças ao nosso redor. Perceba que “depois de gastar tudo, houve uma grande fome em toda aquela região”. O que não estava bom ficou pior. É o que acontece muitas vezes: estava sem reservas e bateu o carro que estava sem seguro; fez um empréstimo e perdeu o emprego… quando vivemos sem o devido senso de responsabilidade, costumamos “dar muito azar”! Devemos ter bom senso e nos avaliar. Será que não estamos vivendo de modo a colocar em risco preciosidades de nossa vida? Se não tivermos cuidado podemos nos ver na miséria. E há misérias de vários tipos: financeira, moral, relacional, física, profissional e espiritual. Jesus veio para nos trazer vida abundante. Ele não nos quer na miséria. Por isso nos alerta que o ladrão veio para matar, roubar e destruir. (Jo 10.10)

As vezes vivemos a vida como se ela fosse um balanço de criança, uma gangorra. Alternamos altos e baixos. Buscamos coisas boas e buscamos coisas ruins. Voltamos de onde já havíamos saído! Buscamos a Deus e depois o deixamos de lado. Decidimos orar e oramos por algum tempo, mas depois abandonamos a oração como se ela não nos fizesse falta. Isso também é um tipo de miséria! Ficamos dando voltas no mesmo lugar, sem chegar a ser o que deveríamos, como pessoas, como cônjuges, como amigos, como profissionais, como estudantes, como cristãos. Ou então crescemos, mas apenas em alguns aspectos. Em outros, e normalmente os mais importantes como o amor, a devoção a Deus e santidade (saúde), permanecemos deficitários. Tenhamos cuidado: a distância que separa a herança da miséria não é intransponível. Podemos estar a poucos passos da pocilga! Não é o que Deus deseja para nós!

 

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