Em Porto Feliz (SP), desde o início de dezembro, segundo disse em vídeo publicado nas redes sociais, dra. Raíssa Soares conta que foi para visitar a cidade e conhecer de perto o sistema de saúde do município.
“Falando diretamente de Porto Feliz, cheguei dia 4 de dezembro, numa visita técnica a esta cidade em SÃo Paulo para conhecer de perto a política pública que dr. Castro e sua equipe estipularam para fazer com que essa cidade tivesse 0,2% de mortalidade da covid-19”, disse a médica de Porto Seguro que ficou conhecida ao defender publicamente o tratamento precoce à doença causada pelo novo coronavírus com o uso da hidroxocloroquina e representar a Bahia em evento nacional sobre o assunto.
Dra. Raíssa detalhou na publicação feita pelo Instagram (já vista por mais de 42 mil com quase 1.500 comentários) que Porto Feliz acumula, até agora, “apenas 18 óbitos em um total de mais de 6 mil casos atendidos”.
Dentre os detalhes sobre o protocolo de Porto Feliz, que OSollo já trouxe em matéria de julho, dra. Raíssa elogia o esquema montado, de maneira eficaz, para que todos os cidadãos da cidade fossem tratados dentro de seus limites, sem precisar de transferências, com um acompanhamento “espetacular”.
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Por falar em modelo, a médica elogiou a estrutura da farmácia local, “que tem todos os medicamentos do protocolo que está preconizado”, e disse ainda: “Essa cidade, pessoal, já tem dez versões do protocolo, com base em tudo que é publicado nas revistas internacionais, de tudo que é aprovado, trabalhos científicos sobre medicamentos que traziam melhora da doença, o protocolo era atualizado, a fim de que este medicamento fosse acessado pela população e ela fosse tratada”.
No vídeo, a dra. Raíssa Soares dá todos os detalhes do que viu por lá e esclarece sobre o seu quadro de síndrome gripal, que começou na sexta-feira, 04, com sintomas leves, o que fez com que não embarcasse de volta para Porto Seguro.
A médica não fez nenhum teste que confirme a doença, mas, ao relatar os sintomas, cita que “perdeu um pouco o olfato e um pouco o paladar, por isso, não preciso de teste. Síndrome gripal com perca de olfato e paladar, já sabemos que doença é essa, não é verdade?! Então, eu vou tratar precoce sempre. Só que aí estou cumprindo o isolamento, porque eu peguei de alguém e e eu não quero transmitir para outras pessoas. Estou cumprindo isolamento aqui em Porto Feliz, mas, trabalhando”, contou.
A médica relata que em uma única conversa com a Secretaria de Saúde da cidade paulista e o prefeito fez 14 páginas de anotações sobre diretrizes, leis, formas de contrato, de compra; e brinca: “Olha, eu descobri que eu vim aqui fazer um curso intensivo de Secretaria Municipal de Saúde”, reforçando o que já fora ventilado na imprensa porto-segurense sobre ser a médica a próxima secretária de Saúde local.
Ela está utilizando todo o protocolo do município de Porto Feliz e se encontra bem.
Veja o vídeo:
https://www.instagram.com/p/CIgwmk8pD68/
A experiência de sucesso de Porto Feliz com o protocolo precoce
A cidade de Porto Feliz (SP) vem se mostrando um exemplo no combate ao coronavírus. Com população estimada em quase 52 mil habitantes, desde o início da pandemia a prefeitura, que é administrada pelo médico Dr. Cássio Habice Prado (PTB), implantou um novo posicionamento frente à doença. A ação foi baseada nos protocolos aplicados em países da Europa e começou a ser aplicada nas chamadas Unidades Sentinelas, que são unidades de saúde que estão sendo utilizadas, especificamente, para receber e avaliar pacientes com sintomas da doença.
“Em março, fizemos um protocolo, reunindo os médicos da minha equipe e esse protocolo se baseou no protocolo de Madri, de Bérgamo e de Marselha. Desde o final de março, quando tivemos o primeiro caso, temos feito o tratamento precoce de todos os pacientes com sintomas leves de Covid-19, com diagnóstico clínico e tomográfico”, disse o prefeito em uma transmissão ao vivo.
Em Porto Feliz, a indicação é para que qualquer cidadão que tenha febre, tosse, mialgia (dores musculares) ou perda de olfato, procure imediatamente uma Unidade Sentinela para ser avaliado pelas equipes médicas e não esperar a falta de ar.
A partir da recepção desse paciente, além do exame habitual realizado, a Prefeitura realiza uma tomografia. Segundo a assessoria, já foram realizadas mais de mil tomografias com recursos próprios. O objetivo da tomografia é avaliar a condição do pulmão do paciente, já que, o exame de sangue que comprova a doença demora uma semana para ficar pronto.
A partir da tomografia, constatando a condição do paciente, são realizados exames como: função renal e hepática, eletrólitos, hemograma, d-dimero, ferritina, gasometria arterial, DHL, lactato, Proteína c-reativa, tomografia computadorizada de tórax e eletrocardiograma laudado por cardiologista e a autorização formal de cada paciente.
O paciente é avaliado através da consulta médica, na qual é realizado exame físico, história clínica, exames laboratoriais, eletrocardiografia e tomografia. Só então é decidido pelo médico assistente se há ou não indicação com segurança do uso das medicações que compõem o Protocolo de Tratamento Precoce (PTP).
O PTP inclui medicamentos como hidroxicloroquina, azitromicina, enoxaparina, remédio para enjoo e anti-inflamatório. “Todos as pessoas que entraram no PTP são acompanhadas diariamente por equipe médica e de enfermagem, além de receberem telemonitoramento pela equipe sentinela e da vigilância epidemiológica. Todos fazem o eletrocardiograma antes e realizam novamente, a critério médico, diz a prefeitura.
Formado pela Universidade de São Paulo (USP), pós-graduado em Medicina Intensiva e especialista em UTI, o prefeito de Porto Feliz disse que, apesar das críticas iniciais, nenhum dos pacientes tratados com a cloroquina precocemente evoluiu a tubo, respirador, UTI ou óbito.
“Os óbitos que tivemos (até o dia 17 de julho) na cidade são de pacientes que não fizeram o tratamento precoce. Mesmo que os pacientes evoluam para a fase dois, fica mais fácil o tratamento”, relatou Prado.
Outras medidas adotadas
- Tenda para atendimento – Foram montadas tendas na área externa dos Postos de Saúde para que os pacientes não fiquem dentro da unidade e aguardem o atendimento do lado de fora.
- Alojamento – Foi disponibilizado alojamento para os profissionais da Saúde que atuam na Santa Casa e nas Unidades de Saúde do município, trabalhando na linha de frente no combate ao Coronavírus (Covid-19). Desta maneira, os médicos, enfermeiros e auxiliares que não quiserem retornar para casa, poderão utilizar o espaço minimizando assim as chances de contaminação dos seus familiares.
- Desinfecção de áreas – Desde 22 de março, a Prefeitura iniciou o trabalho de limpeza e desinfecção de espaços públicos.