Cuidado: Não faça mal!

“Vivam como pessoas livres, mas não usem a liberdade como desculpa para fazer o mal; vivam como servos de Deus.” (1 Pedro 2.16)

Quando lemos a orientação de Pedro para que não façamos o mal no uso de nossa liberdade, o que compreendemos com isso? Há muito que compreender. Algo importante é crescer na compreensão do que seja “o mal” que podemos fazer, pois “o mal” nem sempre se parecerá com nossas ideias ou conceitos de mal. Por exemplo: ajudar alguém é algo bom! Mas também é possível fazer o mal enquanto nos empenhamos em ajudar alguém. É por isso que Deus é incompreendido quando não faz o bem que esperamos que Ele faça. Deus sempre age de forma equilibrada, perfeita. Ele sempre age dentro da mais perfeita razoabilidade, considerando todos os aspectos envolvidos, sem faltar nenhum. Ele tempera tudo isso com amor e graça, mas nunca age mal. Por isso Suas decisões a nosso respeito nos ajudam a amadurecer. Ele não é condescendente, embora seja misericordioso. E nunca é injusto, embora, as vezes, nos pareça que claramente foi parcial. Claro: eu e você não somos perfeitos como Deus é perfeito! E não se trata disso.

Não somos, mas podemos crescer em sabedoria e maturidade. E isso é necessário para que possamos discernir quando estamos praticando o mal sem mesmo discernir que estamos. O mal é tão mal que pode aproveitar-se do que naturalmente chamaríamos de bem, corrompendo-o. Para sermos livres e bondosos, e é isso que Deus quer que sejamos, precisamos seguir amadurecendo e aprendendo a equilibrar a vida, avaliando-a sob critérios e pontos de vista diferentes. Quanto mais lados vemos da mesma situação, mais poderemos acertar ao lidar com ela. E há os valores e princípios que devem nos guiar. Mas veja, parece que Pedro nos dá um caminho para tenhamos ajuda divina neste desafio, visto que somos frágeis e limitados e nem sempre conseguiremos ter clareza do que enfrentamos. Ele diz: vivam como servos de Deus. Não poderemos nos sair bem sozinhos. Precisamos praticar a dependência de Deus. Ela não é uma contradição, nem de nossa liberdade e nem de nossa maturidade.

Depender de Deus não significa inércia, indecisão e muito menos omissão. Não significa esperar que Deus faça o que nos compete fazer. Se fizermos isso, o que precisa ser feito ficará sem ser feito, pois Deus não faz esse jogo que alimenta nossa irresponsabilidade. Depender de Deus significa tornar a comunhão com Deus o lugar comum de nossa vida para que sempre contemos com Sua inspiração para nossas decisões, atitudes e escolhas. Significa fazer com coração e coragem o que nos compete e descansar diante do que não podemos fazer. Significa perceber e mudar, quando estivermos agindo contraditoriamente. Sabe, trago essas coisas porque, quando o mal tem cara de mal, não é problema reconhecer e saber que estamos fazendo o mal. O problema é quando, como pessoas livres e responsáveis que devemos ser, acabamos fazendo o mal pensando que estamos fazendo o bem.

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