Crônica Espacial

Crônica Espacial

O espaço é vasto e vazio além de toda e qualquer medição terrena. O custo da viagem espacial não deriva apenas das vastas distâncias a serem percorridas, mas também da suprema hostilidade. Do lado de fora da minha janela, se olhar para o alto ali está o espaço e as estrelas. Os pensamentos escapam tranquilos; detêm-se onde têm de estar. O quarto está escuro, a não ser pelas estrelas no céu brilhando no firmamento e a única coisa que posso fazer é me transportar em pensamento para o universo onde o espaço
impressiona. O tamanho. O suficiente para se afogar nele. O conceito de tempo perde inteiramente a credibilidade quando a gente está no espaço onde as distâncias são medidas em anos luz, mas se olho para baixo na janela o silêncio que sai do som da chuva espalha-se, num crescendo de monotonia cinzento, pela rua que fito. A vida nunca parecera tão cheia de ameaças neste meu olhar para baixo, mas ao olhar o espaço e pensar que Einstein escreveu, que a “diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma persistente ilusão”. referia-se ao fato de o tempo ser relativo, todo meu pensamento ao olhar a rua perde o sentido. Mas o contraste não me esmaga – liberta-me, já que reconheco a realidade da rua como uma forma da ilusão e meus problemas visto desta perspectiva insignificantes, e a ilusão do espaço infinito como uma forma da realidade.

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