Crime de Guerra

Crime de Guerra

ONU fala em “possíveis crimes de guerra” em Bucha e pede investigação. Depoimentos de moradores de Bucha detalham as atrocidades cometidas pelas tropas russas durante pouco mais de um mês de ocupação. Tem 26,57 km² de área e sua população em 2020 foi estimada em 36.825 habitantes, uma população parecida com Amélia Rodrigues no Recôncavo Baiano.

Alguns dos atos considerados crimes de guerra são: utilizar gás venenoso, lançar ataques propositalmente contra civis (foi este o caso). Privar prisioneiros de guerra de um julgamento justo, torturar prisioneiros de guerra e pegar reféns entre a população civil. Quando vi as imagens dos civis mortos, um que estava numa bicicleta, e outros pelo chão numa rua deserta , que você ouviria um alfinete cair, a imobilidade dos cadáveres era estranha. Este silêncio como se os cadáveres mostrassem no rosto o outimo grito de horror que viveram.

Estes soldados russos precisamos fazer esta escolha? Em 16 de março de 1968, cerca de cem militares dos EUA entram em aldeias do Vietnã do Sul, concentrando-se em um vilarejo conhecido como Son My. A ordem do tenente William Calley é simples: na dúvida, matar qualquer um que pareça suspeito. Nem que sejam mulheres, bebês, crianças ou idosos. Entre fuzilamentos, tiros na cabeça, estupros e queima de residências, em cerca de quatro horas são massacrados entre 347 e 504 civis, só um ano e meio depois o episódio hoje conhecido como massacre de My Lai — localidade que representava uma área do vilarejo de Son My — viria à tona, por meio da imprensa.

Posteriormente afirmaria ter cumprido ordens superiores. Aproveitando o momento da saída dos moradores dos vilarejos para uma feira local, os soldados americanos entram sem piedade, segundo relatos de ex-militares e dos poucos sobreviventes: queimam casas, matam animais, estupram ao menos 20 mulheres e meninas, fuzilam os homens e executam crianças, entre elas dezenas de bebês.

Retomo a esta história brutalmente de cinquenta anos atrás, para mostrar que personagens russos e ameacanos fazem parte da mesma raça humana que precisa se reinventar pois os horrores são o lado sombra de todos nós que aflora depois de estar numa guerra onde a violência é sempre a lição diária. Vi um quadro numa viagem que fiz a Lisboa que retratava um homem com uma lança atravessada no corpo e a legenda “As pessoas não são nada boas.”

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