Um novo estudo mostrou que casos de miocardite ou miopericardite em pessoas que tomaram a vacina contra a Covid-19 são extremamente raros. A pesquisa buscou entender esse risco após alguns pacientes dos Estados Unidos relatarem o caso depois de terem recebido as vacinas da Pfizer ou Moderna.
A miocardite se trata da inflamação do músculo cardíaco, enquanto a miopericardite se trata do momento em que o problema se expande para o tecido que envolve o coração. Os principais sintomas dos quadros são palpitações, falta de ar e dor no peito.
Normalmente, estes casos surgem após casos de infecções, mas podem acontecer após a vacinação, em casos muito raros. Os diagnósticos relatados nos EUA foram vistos principalmente em adolescentes e jovens adultos.
A pesquisa publicada pelo The Lancet Respiratory Medicine apontou que o risco de miopericardite após a vacinação contra a Covid-19 é extremamente baixo, sendo 18 pessoas diagnosticadas a cada milhão de doses aplicadas.
Os pesquisadores analisaram mais de 400 milhões de doses aplicadas e concluíram que os riscos do problema no coração causados pela vacinação contra o SARS-CoV-2 são comparáveis ou mais baixos do que apresentado por vacinas contra outras doenças.
“Nossa pesquisa sugere que o risco geral de miopericardite parece não ser diferente para este grupo de vacinas recém-aprovadas contra a Covid-19, em comparação com vacinas contra outras doenças. O risco de eventos tão raros deve ser equilibrado com o risco de miopericardite pela infecção e esses achados devem reforçar a confiança do público na segurança das vacinas contra Covid-19”, relatou Kollengode Ramanathan, um dos principais autores da pesquisa.
O estudo diz que existem alguns fatores de risco para casos de miopericardite, entre eles, ter menos de 30 anos, ser do sexo masculino e receber uma vacina de RNA mensageiro, tecnologia utilizada nos imunizantes da Moderna e Pfizer.
“A ocorrência de miopericardite após a vacinação não Covid-19 pode sugerir que a miopericardite é um efeito colateral dos processos inflamatórios induzidos por qualquer vacinação e não é exclusivo das proteínas Spike do SARS-CoV-2 em vacinas ou infecção pela Covid-19”, explicou Jyoti Sonami, especialista em doenças infecciosas.
Fonte: Olhar Digital