Do dicionário é corrompimento, lato sensu, corresponde à ideia de decomposição. Na esfera das relações humanas em particular, está relacionado ao suborno: ato ou efeito de se corromper, oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica outra.
Alguém devolve ao dono um dinheiro que encontrou na rua e vira matéria de jornal. Prova da deformação dos nossos valores. O que era para ser trivial, aqui é raridade. Deixar o carro numa rua escura e retornar encontrando-o no mesmo lugar? Ir até um posto de saúde e ser atendido na hora? Ser educado por um professor bem pago? O normal é o errado aqui. Diante de tanto errado para pouco certo, a gente não se une. A gente se desune, brigando uns com os outros, ofendendo, ridicularizando, humilhado, baixando o nível da convivência.
A democracia estimula a divergência de opinião, sustenta o diálogo entre posições conflitantes a fim de encontrar um senso comum ou, na impossibilidade deste, um senso que represente a maioria, mas temos nos valido da democracia para xingar, insultar. É o estado democrático autorizando nossa falta de educação, e observei também o radicalismo, não tendo respeito a opinião contrária, e o governo atual assumiu características bonapartistas, em contradição com uma ordem democrática presidida pela Constituição de 1988, agora está chegando o dia da eleição onde o destino vai embaralha as cartas e jogar para 2023, mas eu continuo caminhando devagar, pelo cálido ar da noite, pelas ruas vazias que produzem eco, sonhando com um Brasil melhor.