Cerimônias fúnebres reuniram 160 mil pessoas, de acordo com PM.
Ex-governador morreu em acidente aéreo em Santos, SP, no dia 13.
Foi enterrado na noite deste domingo, 17, no Cemitério de Santo Amaro, o corpo do ex-governador e candidato à Presidência Eduardo Campos. O sepultamento foi seguido por uma multidão, que acompanhou o cortejo de cerca de dois quilômetros do Palácio do Campo das Princesas até o cemitério, na área central do Recife. De acordo com a Polícia Militar, somando velório, cortejo e sepultamento, participaram das cerimônias fúnebres cerca de 160 mil pessoas.
Ao chegar ao cemitério, o caixão com os restos mortais de Campos foi colocado em um carro elétrico, que enfrentou bastante dificuldade para atravessar o caminho até o túmulo, devido à multidão. A viúva Renata Campos e os filhos foram dentro do veículo. Durante o percurso, as pessoas jogaram flores, aplaudiram, gritaram “Eduardo, guerreiro do povo brasileiro” e cantaram o hino nacional.
Em frente ao túmulo, se acomodaram em cadeiras para assistir à cerimônia Renata, os filhos, a mãe de Eduardo Campos, a ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, o irmão Antônio Campos, Marina Silva e outros familiares. Mas o caixão foi rapidamente sepultado, após o toque fúnebre de uma trompeta. Renata e os filhos se despediram com beijos no caixão e aos gritos de “Eduardo, guerreiro do povo brasileiro”. Quando o caixão foi colocado no túmulo, fogos de artifício começaram a estourar e a homenagem durou 20 minutos.
O corpo de Campos deixou o Palácio do Campo das Princesas por volta das 16h30, depois de 14 horas de velório, em um carro do Corpo de Bombeiros. As filas dos admiradores que queriam ver o caixão de perto – que chegaram a três quilômetros de extensão, de acordo com a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) – ainda estavam enormes no momento. Eduardo Campos morreu na quarta-feira (13), em um acidente aéreo em Santos, que também vitimou quatro assessores, o piloto e o copiloto do jato.
Antes da saída do corpo, vários artistas populares prestaram homenagens ao ex-governador, cantando músicas que foram acompanhadas pela multidão e emocionaram a família de Eduardo Campos. Alceu Valença, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Edilza e Edy Carlos foram alguns dos nomes que cantaram canções como “Madeira de lei que cupim não rói” e “Caboclo sonhador”. O poeta Antônio Marinho recitou versos de sua autoria, sobre o nascimento do filho caçula do ex-governador, Miguel, e de despedida, sendo muito aplaudido.
Pela manhã, uma missa campal foi realizada no local, presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A celebração durou cerca de duas horas e foi transmitidas por telões espalhados na Praça da República. Também foram velados no local os corpos do assessor de imprensa Carlos Percol e do fotógrafo Alexandre Severo.
A celebração religiosa, que aconteceu na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, foi acompanhada por parentes, amigos e políticos, como a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o candidato a presidência pelo PSDB, Aécio Neves.
Caravanas de todo o estado vieram prestigiar as cerimônias fúnebres. Ao final da missa, os corpos de Alexandre Severo e de Carlos Percol foram levados para os cemitérios Morada da Paz, em Paulista, e Santo Amaro, respectivamente. Percol foi sepultado por volta das 14h30 e Severo, cremado no começo da noite.
O outro assessor de Campos, o cinegrafista Marcelo Lyra, foi levado para o Morada da Paz desde o desembarque na Base Aérea do Recife, onde também foi velado e enterrado.
As outras três vítimas do acidente — o assessor político Pedrinho Valadares, o piloto Marcos Martins e o copiloto Geraldo da Cunha — também foram enterrados neste domingo.
Acidente
O acidente que matou Eduardo Campos aconteceu em Santos, SP, na manhã da quarta-feira (13). O jato particular caiu sobre um bairro residencial. Chovia no momento da queda. A Aeronáutica vai apurar as causas da queda do avião. Em paralelo, a Polícia Civil também investiga o caso para buscar possíveis responsáveis.
Fonte: G1