
A não realização do Carnaval em 2021 foi de grande impacto cultural e socioeconômico para o Brasil, e em especial para a capital baiana, um dos palcos da maior festa de rua do mundo.
A situação, no entanto, pode ser ainda mais preocupante, com a possibilidade da festa não acontecer em 2022. O médico, cientista e coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, Miguel Nicolelis, acendeu um alerta sobre o assunto durante entrevista para o Jornal da Manhã, na TV Bahia, nesta quinta-feira (18).
De acordo com o profissional, caso o índice de contaminação continue crescendo, a possibilidade da folia momesca acontecer em seu período normal é quase nula.
“Se nada for feito, se continuarmos com esses índices crescendo, com essas curvas crescendo assustadoramente, se as pessoas acharam que não ter carnaval em 2021 foi grave, a possibilidade da gente não ter carnaval em 2022 começa a ser real. Porque essa situação parece que pode perdurar ao longo de todo o ano de 2021. É importante que a gente deixe isso claro: se nada for feito, não haverá solução com medidas paliativas que são conhecidas como sendo ineficazes em todo o mundo, como o toque de recolher”, disse.
O último Carnaval realizado em Salvador movimentou a economia baiana em R$ 1,8 bilhão com o turismo nos oito dias de festa.
Situação de Salvador e da Bahia diante do coronavírus
Atualmente a capital baiana registra 78% da ocupação dos leitos direcionados ao tratamento de pacientes com Covid-19. Ao todo são 136.953 casos confirmados de coronavírus e 3.519 mortes pela doença. Na última quarta-feira (17), o Governo do Estado confirmou o toque de recolher em toda Bahia, exceto as regiões oeste, de Irecê e de Jacobina. Com isso, os estabelecimentos comerciais e de serviços deverão encerrar as suas atividades até as 21h30. Shoppings, bares, restaurantes e postos de gasolina que vendem bebidas alcóolicas deverão estar fechados e vazios às 22h.
As atividades essenciais, como farmácias e serviços de saúde estarão autorizados a funcionar depois desse horário, incluindo a entrega de medicamentos por delivery. O decreto tem validade até o dia 25 de fevereiro.
Fonte: Bahia.Ba